segunda-feira, junho 30, 2008

Foto: Amnemona


"Cê vai, ocê fique, você nunca volte"


Guimarães Rosa - A Terceira Margem do Rio

'A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM'



"Durante muito tempo, eu achei que tinha nascido na época errada. Queria participar da Passeata dos Cem Mil. Discursar para estudantes. Freqüentar o Opinião. Acompanhar o Lamarca no sertão da Bahia. Lutar com Marighela. Ter um codinome, marcar ponto todo mês, por segurança (...)"


O discurso nostálgico aí de cima poderia ter sido escrito por mim ou por você. Mas foi o jornalista Felipe Pena quem escreveu, quando tinha 27 anos, na introdução do projeto de mestrado em Literatura Brasileira realizado na PUC-RJ, em 1998.



O exemplar pulou da prateleira empoeirada de um sebo, em Copacabana, dez anos após a publicação, justamente quando se comemora 40 anos do emblemático ano de 1968. Li as 102 páginas sobre a ‘utopia contemporânea’ presente na geração do autor.

Enfim: Qual seria a utopia da nossa geração? Hum?

***


‘O QUE EU GOSTARIA DE DIZER’

Ainda no livro do Felipe Pena, há uma referência à escritora e atriz Bianca Ramoneda:

“A dita geração perdida não se conforma com o título que lhe foi imposto por segmentos de gerações que fracassaram em seus projetos. Andando pelo Baixo Gávea, na Zona Sul do Rio, é possível ver Bianca Ramoneda, 25 anos, indicada para o prêmio Nestlé de Literatura com o livro 'Só' editado por ela mesma. Usando a tradicional venda de mesa em mesa, de bar em bar, Bianca conseguiu a indicação para o prêmio e o espaço na mídia, assinando em seguida o contrato com uma editora. Sem entrar no mérito de suas qualidades literárias, queremos destacar apenas o seu inconformismo. Antes de conseguir realizar o projeto de editar o livro, Bianca sempre ouviu que jamais conseguiria penetrar no mercado. A persistência provou o contrário. A escritora apresenta a discussão do seu projeto utópico nos meios e não nos fins. Ela não está só”.

Bianca está em cartaz com a peça ‘O QUE EU GOSTARIA DE DIZER’, no Sesc de Copacabana. Sim fui assistir - junto com a atriz e amiga querida Débora Almeida, 'borboleta avoada' quase personal friend (RÁ! RÁ!) - mesmo depois da crítica Bárbara Heliodora ter detonado a peça.

O espetáculo não é incrível, mas também não é tão ruim como disse a Dona Bárbara. Vale a pena ver o trabalho do atores Luis Melo, Marcio Vito e Bianca Ramoneda. A dramaturgia, criada em processo colaborativo, investiga o tema da fragilidade humana. Se você entrar na proposta do diretor Marcio Abreu, a experiência pode ser bem interessante.

Camila Rhodi, ‘julieta envenenada’, adorou essa peça! Mas desconfio que, além da linguagem cênica, ela tenha se identificado demais com o vestido verde, o sapato de boneca e as discussões amorosas da personagem...

BUKOWSKI está no BAIXO GÁVEA!


TÁ de bobeira enchendo a cara no Braseiro, no Hipódromo ou nas adjacências da Gávea? Dá um pulo na praça do BG e veja peça BUK NA RUA, de Fernando Maatz, da Anti Cia. De Teatro. O povo que tá em cena é bom e bonito (RÁ RÁ!). Verdade! E, ainda, é GRÁTIS! Mas não custa levar uma graninha para colocar no chapéu. Hum?

=> Para o moço do ‘doce umbigo sujo’:

“Aprender a vencer é duro. Qualquer otário pode ser um bom perdedor”


Charles Bukowski – Como ser um grande escritor

terça-feira, junho 24, 2008

PROCURANDO QUEM



HUM, fiz pesquisas para o programa 'Procurando Quem', do meu amigo Rodrigo Bittencourt, no Canal Brasil. O designer Fabiano Vianna, caríssimo curitibano, fez a abertura da brincadeira. Os procurados são: João Gilberto; Marcus Palito; Nelson Pereira do Santos; Elza Soares; O Beijoqueiro; Hamilton Vaz Pereira; Cavi Borges; Lázaro Ramos; Clarah Averbuck; Moraes Moreira; Alceu Valença; Carlos Drummond de Andrade. Vale a pena assistir! Toda terça-feira, às 21h, no Canal Brasil.

AH, ainda faço uma participação no programa sobre a Clarah. Dá uma olhada:







ARARAS, RIO DE JANEIRO

FOTO: ANA BRAGA


[Ramon Mello, Branca Lee e Marcio Debellian]




domingo, junho 15, 2008


um dia desses,
em separo um tempinho
e ponho em dia todos os choros
que não tenho tido tempo de chorar

Carlos Drummond de Andrade

O GRITO


DESCULPA, mas tive que fazer a limpa. Apaguei todo o conteúdo, que mantenho desde 2004, do 'Sorriso do Gato de Alice'. Foi como arrumar as gavetas do armário, joguei muita coisa fora. Estou em final de ciclo, necadecatibiriba. O que fazer quando a vida muda bruscamente? Se fosse em outros tempos, provavelmente, eu surtaria. E pediria os ouvidos da Rhodi emprestado (ainda peço, mas com menos freqüência). Não tô nem conseguindo chorar. A analista tem segurado a minha tsunami: Santa Regina! Resta a guarita e o carinho dos amigos, e muita ioga para manter a serenidade. Feliz meio de ano novo!

Com toda miséria, só me faltava ser assaltado. Não fui, mas os pivetes de Ipanema tentaram. Depois de assistir 'A Forma das Coisas', no Sesc de Copacabana, inventei de ir para um bar com um amigo. Quando saímos do carro, na Prudente de Moraes, dois FDP se aproximaram – um deles estava de bicicleta. Minha reação foi gritar como um exu: AAAAAAAAHHHHHHH! Os bandidos se assustaram e fugiram. Depois do susto, eu ri muito. Mas na hora tremi, fiquei pálido. Se eles estivessem armados me dariam um tiro na cara, certamente.

Espero alguma coisa muito boa! Tenho de ser otimista, dizem que o fundo do poço tem mola...

terça-feira, junho 10, 2008

FUI NO DENTISTA, VOLTO DEPOIS...