segunda-feira, outubro 11, 2010

Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé



II

Porque tu sabes que é de poesia
Minha vida secreta. Tu sabes, Dionísio,
Que a teu lado te amando,
Antes de ser mulher sou inteira poeta.
E que o teu corpo existe porque o meu
Sempre existiu cantando. Meu corpo, Dionísio,
É que move o grande corpo teu.

Ainda que tu me vejas extrema e suplicante
Quando amanhece e me dizes adeus.

[Poema de Hilda Hilst, musicado por Zeca Baleiro, cantado por Veronica Sabino]

Nenhum comentário: