Escrevi o texto aí debaixo, em 2005, após uma manifestação, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em prol da Escola Estadual de Teatro Martins Pena.
De: Ramon Mello
Para: Amigos - Teatro
Data: 23/06/05 – 15:36
Assunto: MANIFESTO NO THEATRO MUNICIPAL!
Amigos, Estou me formando ator pela Escola Estadual de Teatro Martins Pena, com o espetáculo Salomé, do Oscar Wilde, que, provavelmente, ficará em cartaz no Teatro Villa-Lobos, em Copacabana. No entanto, não há verba para a montagem de formatura e os professores da Martins Pena continuam com os salários atrasados. A FUNARJ, órgão do responsável pela administração das escolas de artes do Rio de Janeiro, mantém o descaso com a instituição.
Movido por essas circunstâncias, fiz um manifesto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na abertura do evento ‘Jovem Trabalhador Social’, do Governo do Estado. Quando o Sr. João Grilo, começou a falar mentiras sobre a situação da Martins Pena, eu levantei e pedi palavra. Mas como a platéia estava lotada, com aproximadamente duas mil pessoas, ele não me enxergou.
Levantei da cadeira e fui até o procênio. Os organizadores do evento, preocupados, mandaram os seguranças me retirar do recinto. Resisti e comecei a gritar para a platéia: ‘Mentira! Mentira!’ Então, o diretor de teatro, Amir Haddad, gentilmente, pediu que eu subisse ao palco para explicar o que estava acontecendo. Obedeci e me dirigi à mesa composta por autoridades e convidados, como o Sr.Alex Castelar e o ator Milton Gonçalves.
Pedi desculpas por ter interrompido um evento tão bonito, mas não poderia perder a oportunidade de manifestar a minha indignação. Relatei as dificuldades da escola de artes dramáticas mais antiga da América Latina e desci do palco. Deixei o recado ao Secretário de Cultura, Arnaldo Niskier.
E no fim do evento, procurei a Clarice Matheus, que representava a sua mãe, a governadora Rosinha Garotinho. Pedi o telefone de sua assessoria para que pudéssemos marcar uma conversa. Mas a jovem me tratou hostilmente, dizendo que eu queria aparecer.
Esclareço: Não, eu não quis aparecer! Apenas, como presidente do Grêmio Estudantil Renato Vianna, defendi um direito dos alunos da Escola de Teatro Martins Pena.Tenho obrigação de lutar por a uma escola de teatro mais digna!
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2005.
Ramon Mello
Presidente do Grêmio Estudantil Renato Vianna
***
Atualmente, a Martins Pena é administrada pela Faetec. Apesar das mudanças no processo de seleção, as melhorias são evidentes. O diretor Marcelo Reis tem realizado um bom trabalho: implementou um Centro de Memória, organizando o acervo histórico da escola; iniciou obras de infra-estrutura nos teatros e na biblioteca; e, ainda, regularizou o quadro de professores. No entanto, o interesse dos alunos pela política estudantil parece ter esfriado.
De: Ramon Mello
Para: Amigos - Teatro
Data: 23/06/05 – 15:36
Assunto: MANIFESTO NO THEATRO MUNICIPAL!
Amigos, Estou me formando ator pela Escola Estadual de Teatro Martins Pena, com o espetáculo Salomé, do Oscar Wilde, que, provavelmente, ficará em cartaz no Teatro Villa-Lobos, em Copacabana. No entanto, não há verba para a montagem de formatura e os professores da Martins Pena continuam com os salários atrasados. A FUNARJ, órgão do responsável pela administração das escolas de artes do Rio de Janeiro, mantém o descaso com a instituição.
Movido por essas circunstâncias, fiz um manifesto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na abertura do evento ‘Jovem Trabalhador Social’, do Governo do Estado. Quando o Sr. João Grilo, começou a falar mentiras sobre a situação da Martins Pena, eu levantei e pedi palavra. Mas como a platéia estava lotada, com aproximadamente duas mil pessoas, ele não me enxergou.
Levantei da cadeira e fui até o procênio. Os organizadores do evento, preocupados, mandaram os seguranças me retirar do recinto. Resisti e comecei a gritar para a platéia: ‘Mentira! Mentira!’ Então, o diretor de teatro, Amir Haddad, gentilmente, pediu que eu subisse ao palco para explicar o que estava acontecendo. Obedeci e me dirigi à mesa composta por autoridades e convidados, como o Sr.Alex Castelar e o ator Milton Gonçalves.
Pedi desculpas por ter interrompido um evento tão bonito, mas não poderia perder a oportunidade de manifestar a minha indignação. Relatei as dificuldades da escola de artes dramáticas mais antiga da América Latina e desci do palco. Deixei o recado ao Secretário de Cultura, Arnaldo Niskier.
E no fim do evento, procurei a Clarice Matheus, que representava a sua mãe, a governadora Rosinha Garotinho. Pedi o telefone de sua assessoria para que pudéssemos marcar uma conversa. Mas a jovem me tratou hostilmente, dizendo que eu queria aparecer.
Esclareço: Não, eu não quis aparecer! Apenas, como presidente do Grêmio Estudantil Renato Vianna, defendi um direito dos alunos da Escola de Teatro Martins Pena.Tenho obrigação de lutar por a uma escola de teatro mais digna!
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2005.
Ramon Mello
Presidente do Grêmio Estudantil Renato Vianna
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Atualmente, a Martins Pena é administrada pela Faetec. Apesar das mudanças no processo de seleção, as melhorias são evidentes. O diretor Marcelo Reis tem realizado um bom trabalho: implementou um Centro de Memória, organizando o acervo histórico da escola; iniciou obras de infra-estrutura nos teatros e na biblioteca; e, ainda, regularizou o quadro de professores. No entanto, o interesse dos alunos pela política estudantil parece ter esfriado.
Onde estão os líderes estudantis? Aline Franca e Priscila Ballio? O grêmio acabou? O Grêmio Estudantil Renato Vianna foi criado, em 2003, por iniciativa dos alunos Rogério Cavalcante, Verônica Cruz, Érika Ferreira e Lucianna Magalhães. Em 2005, tive de lutar pelo registro. É lamentável...
***
Estudantes da Martins Pena numa manifestação, em 2004, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em prol do passe-livre para os estudantes das escolas estaduais de arte do Rio de Janeiro.
Alguns atores da foto: Luis Gustavo Vaz, Betito Tavares, Luciano Aires, Rodrigo Reinoso, Adriana Valdevina, Camila Vaz, Aline Vargas, Viviane Jesus, Júlia Marini, Vinícius Arneiro, Ramon Mello e Pedro Nercessian.
Assista as reportagens do RJTV sobre a Martins Pena:
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