quinta-feira, dezembro 18, 2008

MEU FILHO: RAMONES



quando ele acreditava em papel noel e tinha medo do beto carneiro o vampiro brasileiro

EU VOU TE CONTAR, por Fauzi Arap

Eu vou te contar que você não me conhece
E eu tenho que gritar isso
Porque você está surdo e não me ouve
A sedução me escraviza a você
Ao fim de tudo você permanece comigo
Mas preso ao que eu criei e não amei
E não a mim
E quanto mais falo sobre a verdade inteira
Um abismo maior nos separa
Você não tem um nome e eu tenho
Você é rosto na multidão
E eu sou o centro das atenções
Mas há mentira na aparência do que eu sou
E há mentira na aparência do que você é
Porque eu não sou o meu nome
E você não é ninguém
O jogo perigoso que eu pratico aqui
Busca chegar no limite possível de aproximação
Através da aceitação da distância
Ou do reconhecimento dela
Entre eu e você
Existe a notícia que nos separa
Eu quero que você me veja nu
Eu me dispo da notícia
E a minha nudez parada
Me denuncia e te espelha
Eu me dilato
Tu me relatas
Eu nos acuso e confesso por nós
Assim me livro das palavras
Com a as quais você me veste.

[Fauzi Arap]



segunda-feira, dezembro 15, 2008

FRAGMENTOS | 'LITERATURA SEM PAPEL'


Vídeos do Seminário Literatura Sem Papel, no Fórum de Ciência da UFRJ, organizado pela crítica literária Beatriz Resende.

No Portal Literal:


=> Parte 1 => Parte 2 => Parte 3 => Parte 4 => Parte 5 => Parte 6 => Parte 7 => Parte 8 => Parte 9 => Parte 10 => Parte 11 => Parte 12 => Parte 13

Cecília Giannetti fotografou e filmou o encontro no sujinho: Bernardo Carneiro Horta, Marcelo Moutinho, Miguel Conde, Sérgio França, Ana Paula Maia, Manoela Sawitzki e minhas olheiras...

domingo, dezembro 14, 2008

MESTRES: CAIO, RENATO E CAZUZA

"Assim como os poetas Cazuza e Renato Russo, que considero almas irmãs de Caio em matéria de destino e expressão artística, ele, o prosador, viu-se na contingência de ter mesclada a tarefa da criação com o drama da morte anunciada (...)"

Ítalo Moriconi - Cartas Caio Fernando Abreu (Aeroplano, 2002)





Caio Fernando Abreu no programa 'Entrelinhas', na TV Cultura.




Renato Russo entrevistado por Zeca Camargo, em 1993.




Cazuza entrevistado por Leda Nagle, em 1985.

terça-feira, dezembro 09, 2008

segunda-feira, dezembro 08, 2008

CRIANÇA

quando você não
cheira seu olhar
é criança

mergulho fundo
abraço iris dilatada
cabelo enrolado

pernas grossas
prendem
nossos desejos

domingo, dezembro 07, 2008

FL@P! RJ 2008 - INTERFERÊNCIAS

Teaser da FL@P! RJ 2008 - Festa Literária Aberta ao Público. Em sua terceira edição carioca, a FLAP! assumiu o tema INTERFERÊNCIAS. Em dois dias - 20 e 21 de setembro - a PUC foi palco de 4 debates, 2 saraus e a exibição de dois curtas.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

PÓ PÁRA COM O PÓ

Você conhece alguém viciado em cocaína? Então, manda o cheirador para JAKE, a famosa cantora de AXÉ CATÓLICO! Sim, uma espécie genérica de Ivete Sangalo misturada com Margareth Menezes puritana. Olha que bizarro:


As dançarinas fazem coreografia coçando o nariz, notou? Medo! E o MINISTÉRIO CHAMAS DO AMOR dançaaaaaaaa:


Ereuka de Dorigatti.

segunda-feira, dezembro 01, 2008

CARTILHA


para Elvira Rocha


não

se aproxime

(estou

entre

parenteses)

quinta-feira, novembro 27, 2008

GIRA DE EXU


LEVE UMA ROSA VERMELHA, NADA DE ARRUDA!!!

segunda-feira, novembro 24, 2008

sábado, novembro 22, 2008

MADAME BOVARY SOU EU

Minha esposa está publicando na internet: blog madame bovary sou eu.

sexta-feira, novembro 21, 2008

ALEPH


Antonio’s Bar – Lapa – Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2008:

03:42 – “Desculpa incomodar a diversão de vocês. Mas tenho amendoins gostosos pra oferecer...” Começa diferente, com esse discurso repetitivo eu não compro nada. “Tá bem. Meu nome é Aleph, tenho 14 anos e sou vendedor de amendoins. Moro longe, pego três conduções pra chegar aqui na Lapa. Só volto pra casa quando vendo tudo...” Você sabe o que significa seu nome? “Sim. Aleph: primeira letra do alfabeto hebraico; início do caminho” E você conhece o livro do Borges? "Jorge Luis Borges? Sim! Comprei o livro O Aleph. Fiquei curioso com o meu nome..." Vou pedir um pastel e um refrigerante pra você. "Pode ser Coca com limão e gelo?" Pode. Puxa a cadeira e conta essa história.

TAXI


túnel rebouças
lagoa - tijuca
depois da praça
saens peña

rádio desligado
sem trilha sonora
olhos tristes bêbados
de realidade

vinte e cinco reais
três horas da manhã
uma mensagem
de celular:

POR QUÊ?

Bernardo Carneiro Horta, autor do livro 'Nise - Arqueóloga dos Mares'. Confira entrevista no CLCIK(IN)VERSOS e matéria especial no Portal Literal.

quinta-feira, novembro 20, 2008

II SEMINÁRIO LITERATURA SEM PAPEL


Dia 24 de novembro – das 10 às 18hs
Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ
Salão Moniz de Aragão
Av. Pasteur, 250, 2º. Andar


A professora e crítica literária Beatriz Resende vai promover o II SEMINÁRIO LITERATURA SEM PAPEL, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, cujo objetivo é colocar em discussão o uso da internet por quem faz Literatura e Teatro ou apenas se interessa por estas expressões artísticas.

Será um dia inteiro de bate-papo com 'militantes' das práticas literárias e teatrais na web: Mario Bortolotto, Heloisa Buarque de Hollanda, João Cícero, Juliana Pamplona, Miguel Conde, Cecilia Giannetti, Ana Paula Maia, Marcelo Moutinho...

Nos painéis, serão apresentados blogs, sites e revistas virtuais dedicados a Literatura e Artes Cênicas. Estarei no debate "E o livro, como vai?", ao lado das editoras Cristiane Costa (Nova Fronteira) e Diana Klinger (Revista Grumos), às 15h30.

O seminário será transmitido pela internet através da rede aberta da TV-UFRJ.

Confira a programação completa:

1Ohs - Abertura. Apresentação do Fórum Virtual de Literatura e Teatro, projeto CIENTISTA DO NOSSO ESTADO da FAPERJ. Coordenação Profa. BEATRIZ RESENDE.

10,30 hs - QUESTÕES DA DRAMATURGIA CONTEMPORÂNEA
Palestra de MÁRIO BORTOLOTTO, dramaturgo.
Blog: Atire no Dramaturgo

11,30hs - IMPRESSÕES DIGITAIS
HELOISA BUARQUE DE HOLLANDA. Coordenadora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea – PACC-UFRJ e CLAUDINEY JOSÉ FERREIRAInstituto Itaú Cultural

12,30hs - A CENA NA REDE: BLOGS E REVISTAS VIRTUAIS DEDICADOS ÀS ARTES CÊNICAS
DANIELE ÁVILA e DINAH CESARE, editoras da Revista Questão de Crítica. Revista eletrônica crítica e estudos teatrais.
JOÃO CÍCERO, crítico teatral, colaborador do Fórum Virtual de Literatura e Teatro.
Apresentação da Revista Z Cultural . AMARA ROCHA, pesquisadora do PACC/UFRJ
Mediação: JULIANA PAMPLONA. Dramaturga, editora do Fórum Virtual de Literatura e Teatro .

13,30 às 14,15 - BRUNCH no Salão Dourado

14,30VIDA LITERÁRIA EM TEMPOS DE INTERNET
Palestra de MARCELINO FREIRE, escritor.
Blog: era O dito

15,30E O LIVRO, COMO VAI?
CRISTIANE COSTA
, editora de Não-Ficção da Nova Fronteira e DIANA KLINGER, editora da Revista Grumos e RAMON MELLO, escritor e jornalista. Blogs CLICK(IN)VERSOS e Sorriso do Gato de Alice.

16,30 - BLOGS, SITES E REVISTAS ELETRÔNICAS: O JORNALISMO LITERÁRIO ONLINE
MIGUEL CONDE – Caderno Prosa e Verso de O Globo e Prosa on line.
CECÍLIA GIANNETTI, escritora e editora do Portal Literal.
Coordenação: DANIELA BIRMAN, jornalista, Doutora em Letras; Pos-doutorando do PACC/UFRJ

17,00ESCRITORES EM REDE
ANA PAULA MAIA, escritora. Blog Killing Travis.
MARCELO MOUTINHO, escritor e jornalista. Blog Pentimento.
Coordenação: BEATRIZ RESENDE

Durante todo o evento serão apresentadas publicações on line em telão.

>>> Leia também:

Matéria, realizada por Bruno Dorigatti, sobre o I Seminário 'Literatura sem papel' em 2006.

sexta-feira, novembro 07, 2008

FLIPORTO





Estou em Recife, na FLIPORTO, Feira Literária de Porto de Galinhas, fazendo a cobertura para o Portal Literal. O lugar é lindo, o hotel é cinco estrelas. Mas nem tudo é perfeito: peguei uma virose. Na verdade, antes da viagem eu já estava pálido, enjoado, vomitando partes do meu pequeno fígado. Fui de táxi para o Galeão, mas tive a impressão de estar num barquinho. No avião, tomei um dramim e dormi. Meu primeiro dia no balneário foi assim: passei a manhã no hotel, no fim da tarde assisti a aula-espetáculo do Ariano Suassuna e à noite fiquei no hospital. Duas bisnagas de soro com dipirona na veia, duas horas e meia de espera. Agora estou vivo. Pronto pra comer de tudo... AHAHA.

>>> Abertura Porto de Galinhas 2008 – Portal Literal.

quarta-feira, novembro 05, 2008

413 USINA X COPACABANA

Foto/Flickr: Fernando Quesada

"(...) estou aqui, neste apartamento pequeno e idiota, e tenho trinta e cinco anos, sou dono de um negócio minúsculo e prestes a falir, e meus amigos não parecem amigos, e sim pessoas cujo o número de telefone eu não perdi."

Trecho de Alta Fidelidade, de Nick Hornby, traduzido por Paulo Reis. Ganhei esse livro de presente, estou lendo no engarrafamento entre a Zona Sul e Zona Norte do Rio de Janeiro. Meia-hora parado na Conde de Bonfim: homens trabalhando e britadeira perfurando meus ouvidos. Mais meia-hora parado no Aterro do Flamengo: um taxi capotou e parou no meio da pista, ninguém morreu.

ALÔ?

10:51 Já estou morando na Tijuca, após a praça Saens Pena, entre a Conde de Bonfim e a Uruguai. Um suburbano quase convicto. Diferente do Bairro Peixoto, em Copacabana, não há silêncio ou conversas de pássaros. Os carros cantam os pneus debaixo da minha janela as seis da matina. Já estou acostumando, triste. As vantagens: o apartamento é enorme e não preciso mais comer comida congelada - continuo com a tarefa de lavar a louça, sem problemas. O trânsito ainda me irrita, MUITO. Se antes eu chegava no trabalho em dez minutos, hoje fico uma hora e meia no trânsito. Tenho lido mais no ônibus. De Metrô tudo é mais rápido (inclusive uma paquera) mas tenho que fazer integração: Argh. Minha vida ainda está encaixotada em caixas de papelão. Preciso comprar uma estante para colocar os livros. Detalhe, o meu trabalho também está mudando de endereço, tudo está encaixotado. Fico me perguntando o que mais vai mudar? Nada me surpreende. Mentira. A honestidade do rapaz que achou o meu celular numa lan house me causou até espanto. Ele ligou para o amigo Sorvete de Morfina, que me avisou sobre o resgate. Obrigado!!! Eu já tinha cancelado a conta e comprado outro aparelho, mas tá valendo.

REUNIÃO DE PAUTA


Equipe Portal Literal: Valeska Zamboni (Produtora), Bruno Dorigatti (Subeditor), Cecilia Giannetti (Editora), Heloisa Buarque de Hollanda (Curadora), Ramon Mello (Repórter).

sexta-feira, outubro 31, 2008

CÉU

Arrumo os livros em caixas de papelão. Mudanças. Na vitrola O Grande Circo Místico me lembra que é necessário brincar, ser criança. Caixas Piraquê: Baudelaire, Drummond, Ruffato, Chico Buarque, Manuel Bandeira: Estrela da Vida Inteira – edição de 1965, capa dura, Mestres da Literatura Brasileira. Abro o livro, leio aleatoriamente, página 30:

Lua Nova

Meu novo quarto
Virado para o nascente
Meu quarto, de novo a cavaleiro de entrada da barra.

Depois de dez anos de pátio
Volto a tomar conhecimento da aurora.
Volto a banhar meus olhos no mênstruo incruento das madrugadas.

Todas as manhãs o aeroporto de frente me dá lições de partir.

Hei de aprender com ele
A partir de uma vez
- Sem medo,
Sem remorso
Sem saudade.

Não pensem que estou aguardando a lua cheia
- Esse sol da demência
Vaga e noctâmbula
O que mais eu quero,
O de que preciso
É de lua nova.

Manuel Bandeira - Rio, agosto de 1953

CADÊ?


cadê meus cinqüenta reais? urso de pelúcia com tatuagem de tartaruga ninja, filho da puta. foi você? entro no ônibus. cadê o dinheiro filho único? não tem a passagem, desce. banco do brasil, saldo negativo. fudeu.

segunda-feira, outubro 27, 2008

RECADO, por Daniel Gonzaga



Show de lançamento do CD "Comportamento Geral", no Teatro Rival dia 12/03/2008.

IMAGENS DO INCONSCIENTE



“Quando existe um alto grau de crispação do consciente, muitas vezes somente as mãos são capazes de fantasia. Elas modelam ou desenham figuras que são muitas vezes completamente estranhas ao inconsciente”.

C.G.Jung





Darcílio Lima - Casa das Palmeiras - Rio de Janeiro



domingo, outubro 26, 2008

ARQUEÓLOGA DOS MARES - NISE



‘Nise – Arqueóloga dos Mares’, de Bernardo Carneiro Horta, é o livro que estou lendo para realizar a próxima entrevista do CLICK(IN)VERSOS. Não se trata de uma biografia, mas um ‘biografema’ da psiquiatra Nise da Siveira. Bernardo usou as palavras do escritor francês Roland Barthes para convencer a ‘dama do inconsciente’ sobre o livro.

O biografema nunca é uma verdade objetiva, ele nada mais é do que uma anamnese factícia – o que empresto ao autor que amo. A biografemática, ciência do biografema, teria como objetivo pormenores isolados da vida da vida da gente. Essa biografia fragmentada diferiria da biografia-destino, onde tudo se liga tentando fazer sentido. O biografema é o detalhe aparentemente insignificante, fosco – a narrativa e a personagem no grau zero, meras virtualidades de significação. Por seu aspecto sensual, o biografema convida o leitor a fantasiar, a compor, com estes fragmentos, um outro texto, que é, ao mesmo tempo, do autor amado e dele mesmo, o leitor.

O autor teve o privilégio de conviver com Nise da Silveira durante os últimos anos de vida, no Grupo de Estudos C.G.Jung. O resultado é um livro especial sobre a brasileira que mudou a história da psiquiatria no Brasil. Leia esse trecho:

Certa vez, ao ver alunos de psicologia manuseando e comentando livros sobre o tema, Dra. Nise disparou:

“Rasguem os manuais de psiquiatria! Leiam Machado de Assis. Seria mais proveitoso trocar certos tratados de psiquiatria pelos livros deste que é o maior escritor brasileiro de todos os tempos, primeiro grande mestre de psicologia. Suas obras analisam com mais profundidade a alma humana. Quem quiser aprender psicologia, pra valer, deve ler Machado. Não houve melhor psicólogo, no mundo. Ele rivaliza com Willian Shakespeare, que também era escritor – ambos saíram-se grandes autores de psicologia. Vocês concordam? Em Hamlet, o personagem de Shakespeare parece estar desvairado, fora de si. Todos acham que está louco. Então há uma resposta à altura: ‘Desvario sim, mas tem seu método!’ Todo delírio tem um sentido, e cabe ao psiquiatra e ao psicólogo apurá-lo com a visão, olfato e sensibilidade afiados para compreender que método é este. Não é a toa que Machado de Assis cita Hamlet em sua obra”.

Além de recomendar a leitura do Bruxo do Cosme Velho e do Bardo, a Dra. também indicava obras de Dostoieviski e Marcel Proust.

"Seria muito vantajoso que o estudante trocasse vários de seus manuais de psicologia por ‘Em busca do tempo perdido’. Por favor, não me venham com jargões psiquiátricos! Isso é o Grupo de Estudos C.G.Jung. Um grupo de respeito!”, dizia.

PARABÉNS GABEIRA!!!



Gabeira, parabéns! Infelizmente, alguns cariocas preferem os 'jovens promissores' da politicagem brasileira. Agora devemos nos preparar para a maior roubalheira 'da história desse país'.

sexta-feira, outubro 24, 2008

ONDA VERDE: GABEIRA 43!

AMANHÃ, SÁBADO, 10H NO LEME: ONDA VERDE PARA ELEGER GABEIRA.


COLEÇÃO DE AMORES

O múltiplo Rodrigo Bittencourt, meu caro amigo, lançou o clipe da música 'Coleção de Amores', parceria com profeta Jorge Mautner. A direção é do curitibano-carioca Fabiano Vianna, o Fabz, outro talento. É do Fabz o layout do CLICK(IN)VERSOS; o clipe 'Garoto de Aluguel', com Thaís Gulin e o trailer do livro 'Guerra dos Bastardos', de Ana Paula Maia. Salve Mascarenhas!

quinta-feira, outubro 23, 2008



LADO B

desculpa
mas essa música
não quero mais
ouvir

sua voz arranhada
já não convence
vira o lado do
disco

aproveita e dorme


segunda-feira, outubro 20, 2008

CONFISSÃO

Digo e escrevo palavras mentirosas para me proteger. Decepção. Quero preservar o carinho e a amizade, mas preciso de tempo para me reconstruir.

ODEIO VOCÊ




Odeio

Composição: Caetano Veloso

veio um golfinho do meio do mar roxo
veio sorrindo pra mim
hoje o sol veio vermelho como um rosto
vênus, diamante, jasmim
veio enfim o e-mail de alguém

veio a maior cornucópia de mulheres
todas mucosas pra mim
o mar se abriu pelo meio dos prazeres
dunas de ouro e marfim
foi assim, é assim, mas assim é demais também

odeio você, odeio você, odeio você
odeio

veio um garoto do arraial do cabo
belo como um serafim
forte e feliz feito um deus, feito um diabo
veio dizendo que sim
só eu, velho, sou feio e ninguém

veio e não veio quem eu desejaria
se dependesse de mim
são paulo em cheio nas luzes da bahia
tudo de bom e ruim
era o fim, é o fim, mas o fim é demais também

odeio você, odeio você, odeio você
odeio

sexta-feira, outubro 17, 2008



Encontrei com a poeta e filósofa Viviane Mosé no ‘Talho Capixaba’, Rio de Janeiro, para uma conversa sobre filosofia, psicanálise e processo criativo.


A entrevista está no BLOG CLICK(IN)VERSOS.


Aproveita e visita o blog da Viviane Mosé, a poeta acabou de estrear na blogosfera. Leia um trecho do primeiro post dela:


"Há muito tempo ensaio este instante: uma página em branco disposta a meus comentários, impressões, artigos, poemas. Mas a urgência se juntou ao medo de ter que dar conta de uma demanda que não sei se posso ou consigo. Então novamente a necessidade de falar, que sempre atravessou minha garganta. Acho que tem um nó de letras entalado em minha voz que não canta. Então palavras me ofereço e agora compartilho com quem tiver iniciativa de passar por aqui.

Aviso que nem sempre estarei com palavras muito novas, mas toda segunda vou tentar alimentar um tema, ou poema antigo ou inédito, ou contribuição de algum autor que tenha me chamado atenção. E são tantos. No mais vamos ver o que esta tela de luz viva e tão atravessada por pessoas me inspira, se mais medo ou ousadia, ou se um alguém que em mim anda dormindo e aqui vai querer voltar a acordar. Confesso que já estou gostando. Este caminho de letras se delineando''.

EMEIO




Chega em casa e vai direto para o computador. Abre a caixa de e-mail, vinte e três mensagens não lidas. Lê a primeira da lista, 'ONTEM':


(...) saudades da sua bundinha.

Resposta:

NÁDEGAS A DECLARAR: CÚ NÃO TEM CORAÇÃO.

quarta-feira, outubro 15, 2008

SORRISO DO GATO DE ALICE


Sim. Eu sei da existência do disco 'O Sorriso do Gato de Alice', de Gal Costa. Mas não foi por esse motivo que batizei o blog. Foi por causa do livro 'Alice no País das Maravilhas' e do gato de Alice, Cheshire. Até porque Gal HOJE é chata! Ficou tia velha, presa ao passado. Se eu tiver de escolher uma cantora da geração dela, fico com Maria Bethânia. Mas gosto da GAL ONTEM, anos 70, com o disco 'Vapor Barato', em parceria Waly Salomão. Esse disco não sai da minha vitrola. Sim tenho uma vitrola, ainda não me converti ao MP3.




Ah essa teoria Gal ONTEM, Gal HOJE não é minha. Mas de um crítico musical...

ASSISTA:

Cenas do filme ‘Terra Estrangeira’, de Walter Salles e Daniela Thomas, com a música ‘Vapor Barato’ cantada por Gal Costa.




Gal Costa promovendo o disco 'O Sorriso do Gato de Alice' no Faustão, em 1993.





Gal Costa no Programa Roda Viva, da TV Cultura, conversando sobre o show "O Sorriso do Gato de Alice" dirigido pelo Gerald Thomas. Polêmica: os peitinhos da Gal.



FELINOS



'O gato de Alice sorriu pra mim e sumiu na multidão. Como encontrar um gato que não quer ser encontrado? Um gato invisível. Nas ruas às vezes acho que vejo os olhos ou o sorriso, nunca o gato inteiro. Por que sorriu? Por que sorriu e sumiu? Quando achei que ia chegar ao País das Maravilhas, tive que voltar e acordar. O gato existiu ou foi só um sonho? Não sei o que fazer. Não sei o que pensar’.

Se você não aceita o meu silêncio, então vou ser direto: recebi as flores, agradeci e avisei que eu não merecia. Ou melhor, não mereço. Eu não presto! Sério. Sou desses que gosta de figurinhas repetidas, mesmo quando a cola já está gasta. Só desisto delas quando enjôo. Tá certo que já enjoei de algumas figuras, mas não o suficiente para desgrudarem dos meus dedos. Não, não joguei suas cartas no lixo. Mas me assustei com os envelopes amarelos no chão do meu conjugado logo pela manhã, confesso. Publiquei suas palavras porque são bonitas – espero que não se importe. Não duvido dos seus sentimentos, admiro a coragem e a insistência. Se fosse em outros tempos, eu faria o mesmo: flores, presentes e cenas dramáticas na portaria do prédio. Algumas coisas funcionaram, outras nem tanto. Valeu a pena? Talvez. Foi difícil aturar o desprezo. Peço desculpas pela frieza, mas é melhor assim. Tenho de ser duro (sem trocadilho, por favor) para que compreenda o meu momento. Sim, egoísmo. Tive que aprender a olhar meu umbigo para me defender de uma depressão filha da puta. Um umbigo sujo, mas meu. Quem sabe não nos esbarramos numa dessas esquinas sujas de Copacabana? Vai que surge a chance de vivermos um conto de amor escrito por um desses autores deprimidos dos anos 80. Ouvir vinil, falar de literatura e trepar o dia inteiro. Gira mundo, lembra? Respeite os instantes, por favor. Sempre fujo quando o carinho é excessivo e no tempo errado. Percebe como sou parecido com seu gato? Por falar no felino, miados de agradecimento pelas fotografias. Preso por um imã na porta da geladeira, ele me observa digitar essas palavras. Sonho ou realidade? Trata-se de ficção, das melhores. Acredite. Cartas, posts, palavras sinceras e sentimentos confusos. Engano. Não é um romance, infelizmente. Repito: sou viciado em relacionamentos fracassados, minha cocaína. Por enquanto, estou em processo de recuperação. Abstinência. Pense em você e invente o seu mundo encantado sem medo do ridículo. É inevitável.

CAMPANHA NU GROBOOO



hum eu tava bêbado, mas não me arrependo. GABEIRA 43!

sexta-feira, outubro 10, 2008

FIDELIDADE PARTIDÁRIA, NATURALMENTE


Fui ao show 'Naturalmente', da Margareth Menezes, no Mistura Fina, em Ipanema. Não, não sou fã dela. Admiro o trabalho da Margareth cantora de axé. Mas estou repensando o assunto. Cafona. Enfim, fui para acompanhar um amigo que definiu bem o show dela: ‘axé em banho maria’. Encostei no bar e tomei vodka - uma, duas, três, quatro doses - e algumas cervejas. Ou seja, fui muitas vezes ao banheiro. Numa dessas idas e vindas, encontrei a Benedita da Silva. Bêbado, não me contive e perguntei gritando: Bené, como você pode apoiar o Eduardo Paes? Ela riu, me abraçou e respondeu: ‘Fidelidade partidária, acompanho o meu partido. Essa é a minha contribuição para o Rio. Querido, gosto do Gabeira mas não dá...’ Que pena, Benedita! Que pena.

quinta-feira, outubro 09, 2008

PORTAL LITERAL 2.0



ENTONCES: Estou trabalhando como repórter no Portal Literal - convite da escritora Cecilia Giannetti e da professora Heloisa Buarque de Hollanda. O clima da redação é ótimo, meio esquizofrênico. Salve Valeska e Dorigatti!

Entrei no momento de migração, agora o Portal Literal é 2.0 . Ou seja, o Portal Literal está mudando a maneira como se produz, divulga e conhece literatura no Brasil.

Os escritores podem publicar diretamente seus textos. E as editoras também podem publicar press releases, convites para lançamentos e eventos literários, entrevistas com autores e professores, fotos em alta definição, vídeos e áudios relacionados.

Basta fazer o cadastro e você ganha um perfil no Portal Literal:

http://portalliteral.com.br/registro

>>> Se quiser entender a mudança, dá uma lida no texto preparado pela Equipe do Portal Literal:

A reformulação do Portal Literal, que se torna agora totalmente integrado ao modelo colaborativo, inclui sistemas de comentários, mecanismos de indexação (tags) e distribuição de conteúdo por RSS, além das ferramentas para publicação de conteúdo por todos os usuários cadastrados.

O novo Portal Literal busca, portanto, agregar, organizar e difundir conteúdo literário pela web, de acordo com licenças de Creative Commons.

Permanecem como elementos estruturais deste Portal os acervos de Lygia Fagundes Telles, Rubem Fonseca, Zuenir Ventura, Ferreira Gullar e Luis Fernando Verissimo, precioso patrimônio histórico cultural e resultado de uma extensa pesquisa em seus arquivos pessoais.

É mantida também a produção exclusivamente editorial de nossa equipe, demarcada no site pelo selo Editorial em artigos, reportagens, entrevistas, nas Oficinas Literárias e no concurso mensal de contos Exercícios Urbanos que fazem grande sucesso entre nosso público.

Todo o conteúdo pode ser discutido no Blog da Redação, que é interativo e manterá os usuários informados sobre temas relativos ao site, permitindo que sugiram pautas para desenvolvimento e assuntos para debate.

O segmento colaborativo inclui um Banco de Cultura, em que agora podem ser submetidos diretamente ao site arquivos de texto, bem como áudio e vídeo, entre outros; permitindo, inclusive, a publicação online de obras inteiras bem como o download de livros de novos autores de língua portuguesa de qualquer parte do país e do exterior. A comunidade do Portal Literal conhecerá em primeira mão essas obras, que, com sua participação, ganharão visibilidade.

Nossos leitores passam, desta forma, a atuar como autores e editores de um novo Portal Literal, que construiremos juntos.

Escritores, editores, jornalistas, assessorias, críticos, blogueiros, estudantes e professores ganham uma comunidade cultural online, inteiramente aberta às contribuições de seus integrantes, seja em prosa, poesia ou no debate em torno de nossa paixão em comum: a forma escrita.

quarta-feira, outubro 08, 2008

ESPINHOS

, mesmo sem merecer, sou acordado com um buquê de rosas vermelhas. o porteiro diz: tem umas flores pro senhô na portaria. obrigado. mas não mereço, acredite. só admiro os espinhos, masoquista. vício de relacionamentos desgastados.

segunda-feira, outubro 06, 2008

APRENDIZAGEM II

''Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra pra frente".

Clarice Lispector - 'Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres'

sexta-feira, outubro 03, 2008

GABEIRA 43


Gosto de política. Mas tomei nojo da politicagem brasileira. Domingo é dia de eleição, vou para Araruama votar. Por lá as coisas pegam fogo, políticos corruptos aproveitam a falta de fiscalização para comprar votos.


Se eu votasse no Rio meu candidato seria o Gabeira - 43. De acordo com o Datafolha, Crivella e Gabeira estão tecnicamente empatados. Se Crivella perder a vaga para o segundo turno, diminuem em muito suas chances de voltar a concorrer como governador em 2010.

>>> NELSON MOTTA - GABEIRA 43:

UTOPIA CARIOCA

Sempre que vejo na televisão a propaganda do TSE mandando a gente ficar de olho nos nossos eleitos, sinto um certo constrangimento e uma sensação de ridículo institucional. Mas também um estranho orgulho e um vago sabor de superioridade: há várias eleições voto no deputado Fernando Gabeira e nunca me decepcionei com seus votos, atitudes e atuação política, mesmo quando, às vezes, discordo de seus pontos de vista. Sua honestidade e inteligência são inquestionáveis.

É uma felicidade democrática ter alguém que realmente representa no Congresso o que você pensa e acredita. Isto também é quase ridículo, porque é uma exceção do que deveria ser a norma, como é em países civilizados. Mas fiquei ainda mais orgulhoso agora que ele impôs suas condições para ser o candidato da frente PV-PSDB-PPS à prefeitura do Rio de Janeiro.

Não pediu poderes ilimitados, nem caminhões de dinheiro, nem submissão dos partidos à sua vontade: exigiu uma campanha limpa, sem ataques pessoais, propositiva; divulgação pela Internet dos fundos e despesas da campanha, e o principal: caso eleito, que o secretariado seja escolhido por méritos e critérios profissionais e não partidários, sem o habitual loteamento como moeda de troca por apoio político. Ele não acha que só porque 'todos' fazem errado ele deve fazer também. É quase uma utopia. Mas se é a realidade em países civilizados, por que não, um dia, no Brasil?

Conhecido por sua trajetória dedicada aos direitos humanos, à ecologia, saúde, educação e cultura, com reconhecida capacidade de diálogo democrático e tolerância, sem concessões à ladroagem e à política-como- ela-é, o que ele propõe é o óbvio. Mas parece um sonho quase impossível.

O Rio de Janeiro merece esta esperança.

Nelson Motta.

>>> CAETANO VELOSO - GABEIRA 43:


CONCLUSÃO:

SE VOCÊ FUMA, SENTA OU CHEIRA, VOTE NO GABEIRA!!!

ACORDO ORTOGRÁFICO


A partir de 2009 o novo acordo ortográfico entra em vigor. Uma palhaçada! Fiquei com pena do trema, coitado.

Hífen

Desaparecerá em palavras em que o segundo elemento comece com "r" e "s", como "anti-rábico" e "anti-semita" . A grafia

Acento diferencial

Não se usará mais acento para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição) ou "pêlo" (substantivo) de "pélo" (verbo) e "pelo" (preposição mais artigo)

Acento agudo

Desaparecerá nos ditongos abertos "ei" e "oi" em palavras como "idéia" e jibóia" e nas palavras paroxítonas com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo em palavras como "feiúra"

Acento circunflexo

Desaparecerá em palavras com duplo "o", como vôo e enjôo e na conjugação verbal com duplo "e", como vêem e lêem.

Trema

Deixará de existir, só permanecerá em nomes próprios, como Hübner ou Müller.

Alfabeto

Passará a ter 26 letras, ao incorporar "k", "w" e "y".

COLAÇÃO DE GRAU


Detesto cerimônias, mas não tive como escapar da minha colação de grau: jornalismo. Não avisei a ninguém porque sei como essas coisas são chatas e cafonas. Na verdade, avisei só para amigos próximos. Mas, justamente pela amizade, eles me pouparam. Minha mãe, meu irmão mais velho e minha cunhada compareceram. Coitados. Primeiro tive que vestir uma beca horrorosa, sem falar naquele chapeuzinho quadrado. E o calor? De terno, com aquele troço por cima. Com um monte de gente desconhecida, 170 formandos e ninguém da minha turma. Eu só conhecia as pessoas de teatro. O mestre de cerimônias era um homem muito parecido com Belchior, só que a voz dele era de locutor de rádio AM. E tinha um casal de cantores com roupas de padrinhos de casamento. Mas isso não era nada, o repertório deles era terrível: uma mistura de gospel com mpb brega. O circo durou umas quatro horas, haja saco. Todos os formandos foram obrigados a ficar sentados no palco, atrás da mesa solene, ouvindo aquelas homenagens toscas. A única coisa engraçada foi que umas meninas levaram cartazes escondidos na beca: ‘Calma. Só faltam 2 horas!’; ‘Obrigado, Google’. Enfim, acabou.

PÓS-PALAVRA

depois do filme, festinha com pessoas queridas. foto 1 - ainda sóbrio. foto 2 - não sabia o próprio nome. fotos: tomás rangel.




SANTA SATISFAÇÃO



Na Santa Clara, leio o jornal, aguardo meu café e reparo em você: óculos pretos com armação grossa e uma cara de sapatão francesa. Gosto disso. Fantasio: leciona francês. Será? Não, tem as pernas bonitas demais para essa função. Pernas que horas depois vou lamber e apertar enquanto seu gato me olha com desejo. Borges, ele se chama. Não imaginei o nome, mas gostei ao saber. Quando descobri que já havíamos nos esbarrado em Copacabana, perto do Metrô da Siqueira Campos, levei um susto. Então foi você quem me encarou no domingo, na saída da agência bancária. Engraçado. Aqui estou, enroscado nos seus pelos, como se eu fosse muito íntimo. Não me importo. Você apenas me disse que estuda medicina. Não posso esquecer, também fez faculdade de música. Piano. Pena ter abandonado, tem dedos lindos. Negou meu pedido, não tocou nada pra mim. Mas colocou um gringo no Ipod. Uma intimidade tão estranha que fico envergonhado. Não fazia idéia que nos conhecíamos de vista, lembrei apenas dos seus sapatos. Sim. Temos em comum a coleção de romances fracassados. Escrevi um poema com essa expressão: romances fracassados. Mas só digo se você tocar. Não? Tudo bem, não vou insistir. Nunca aprendi nenhum instrumento. Besteira. Ganhei um violino quando era adolescente, mas desisti pela dificuldade. Sempre desisto das coisas no primeiro obstáculo, foi assim com o balé. Calma. Estou mudando, acho. Então, troquei meu violino por CD’s. Com licença, vou ser clichê e acender um cigarro depois da trepada. Posso? Obrigado. Não ri. Prometo que é só um. Vou embora, preciso escrever. Gosto de trabalhar de madrugada, movido a café. Jornalista. Levanto cedo todos os dias, só um pouco mal-humorado. Borges. Adorei seu gato. Um dia vou adotar um filhote, é uma promessa antiga. No meu conjugado não cabe mais ninguém. Sim, moro sozinho. Verdade. Pode me dar um copo d'água? Mais um pouquinho, tô com sede. Tem papel higiênico no banheiro? Preciso me limpar, meu umbigo está uma poça de porra. Qual a sua especialidade? Tá me ouvindo? Doenças do sistema imunológico. Que horas? Melhor eu ir embora. Anota meu telefone: oito-quatro-três-dois-cinco-nove-um-dois. Pronto. Salva na agenda e liga qualquer dia. Ainda lembra o meu nome? Tenho a memória péssima, deve ser a maconha. Me leva até o elevador? Tchau, Borges. Boa noite.

segunda-feira, setembro 29, 2008

MELLODRAMA



hum erraram a grafia do meu nome, mas tá valendo. a galera é talentosa.

sexta-feira, setembro 26, 2008

O ATOR E O TRAPEZISTA



toda noite ensaio
um equilíbrio
mas você insiste
em derramar pelos
olhos palavras
grito preso no

.
.
.


LEMINSKI



não discuto
com o destino

o que pintar
eu assino

Paulo Leminski

quarta-feira, setembro 24, 2008

PALAVRA (EN)CANTADA


É da Branca Lee a autoria do e-mail aí de baixo.Trata-se de um belo convite para o lançamento do filme Palavra (En)Cantada, da Helena Solberg e do Marcio Debellian.

Como sei da importância desse filme, tomei a iniciativa de libertar as palavras da caixa de mensagens para publicar aqui no blog. Leiam:

From: BRANCA LEE
Sent: Tuesday, September 23, 2008 9:21 PM
Subject:
Vejo vocês no Festival do Rio, na pré-estréia do Palavra (En)Cantada

Eu nunca decorei, por decisão e vontade própria, um poema. Também nunca o fiz com uma música: todas me tomaram aos poucos, assaltando primeiro os sentidos com o ritmo, depois o Sentido, com versos.

Imagino que muitos de vocês tem uma história parecida: como eu, só recitaram Haroldo de Campos cantando Circuladô de Fulô. Mesmo de Camões, só lembro do comecinho de Os Lusíadas e dos versos do Legião Urbana em Monte Castelo.

A nossa música, como poucas, tem uma força literária danada. Ou será a nossa literatura, que instigou muitas músicas a querer ir além do "you are so beautiful to me"?

O papel da palavra na música popular brasileira - e a importância que isso tem, em uma cultura com uma tradição oral tão forte como a nossa - é o ponto de partida do documentário
Palavra (En)cantada.

Eu vi este argumento nascer, do espanto de se perceber cantando poesia e de descobrir autores novos não nas resenhas de livros, mas nos encartes de cd. Este é o Marcio Debellian, talvez a pessoa que conheço que mais entende de música brasileira. Não porque pesquisou, metrificou ou encadernou música, mas porque viveu ao som de. Pergunte ao Marcio sobre uma época de sua vida e ele a descreverá começando pelas músicas que ouvia então.

Três anos depois, podemos ver histórias como esta sendo contada e cantada em pré-estréia no Festival do Rio, através das vozes de gente tão bacana quanto Adriana Calcanhotto, Antônio Cícero, Arnaldo Antunes, BNegão, Chico Buarque, Ferréz, Jorge Mautner, José Celso Martinez Correa, José Miguel Wisnik, Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Lenine, Luiz Tatit, Maria Bethânia, Martinho da Vila, Paulo César Pinheiro, Tom Zé e Zélia Duncan.

Serão quatro sessões:

No Odeon, neste Sábado, às 20hs e Domingo, às 13hs.
No Shopping da Gávea, segunda dia 29, às 15:30 e 22:10.

Vou estar nas duas sessões do Odeon. Domingo, depois do filme, tem debate com o Marcio e a Helena Solberg, que o Marcio convidou para dirigir o filme. Domingo e Segunda também tem a votação do júri popular - e como tenho certeza de que vocês vão amar o filme...
Depois do Festival, o filme entra em cartaz dia 13 de março.

Já dá para comprar ingressos, no Espaço de Cinema (Voluntários da Pátria, 35) ou no www.ingresso.com.br

A sessão de domingo no Odeon custa só R$ 2,00!

O site do filme entra no ar amanhã:
http://www.palavraencantada.com.br/

Quem quiser se antecipar, pode dar uma olhadinha nos avant-traillers:




Carinhos, B.

CENTRO DA CIDADE


(...) peguei o 464 porque ele passa pela Lapa, nas proximidades da Escola de Teatro Martins Pena. Fui assistir ao espetáculo de formatura dos alunos Martins Pena e participar da comemoração do centenário. Depois de exibirem o vídeo sobre os 100 anos, falei sobre a emoção de presenciar as mudanças que tanto lutei na época do Grêmio Estudantil Renato Vianna. Admiti: o diretor Marcelo Reis está fazendo um bom trabalho de resgate da Martins Pena. Mas lembrei da importância de um grêmio estudantil numa escola pública. Ex-alunos lotavam a platéia, entre eles: Maria Ceiça, Cristina Raibolt, Orlando Miranda e Claudia Provedel. Todos aguardavam a apresentação de 'Viúva, porém honesta', inclusive, Cristiane Rodrigues, a neta do autor. Fiquei impressionado com a qualidade do trabalho dos atores, principalmente com Táta Tavares no papel de Tia Assembléia. Ela é uma linda atriz negra com um poder de interpretação inacreditável. Vou guardar o seu nome, menina!

(...) Depois fui para lançamento do livro de Marcelino Freire, escritor querido, na Cinelândia. Mas povo já estava numa mesa de bar em frente ao Rival. E não foi possível acompanhar o cortejo até o Capela porque eu tinha que terminar a pesquisa dos refugiados. Mas quero me planejar uma visita a São Paulo. Quem sabe na Balada Literária. Hum?

GAROTO DE ALUGUEL



Fui ao lançamento do clipe 'Garoto de Aluguel', da Thaís Gulin, com direção do curitibano querido Fabiano Vianna, o Fabz. Assiti ao show preocupado com minha cartela de consumação que havia desaparecido. Ou seja, deveria pagar 4x o couvert. Tentei argumentar, falei que era convidado da cantora. Nada. Expliquei minha situação PHD. Nada. Gritei. Nada. Desisti de brigar e fui fumar um cigarro. Cinco minutos depois o garçom se aproximou dise: 'Tenho uma boa e uma má notícia. Qual você quer primeiro'. Fala logo, não fode! 'A boa é que achamos sua cartela. A má que é proibido fumar no recinto'. Obrigado. Fui até o caixa fechar a conta e encontro um homem identico ao João Gilberto Noll. Resolvi perguntar: Você é o João Gilberto... 'Não!' Nem deixou que eu terminasse. Na saída fiquei conversando com uma desconhecida, enquanto aguardava os amigos. O tal homem passou na minha frente e, rapidamente, a mulher falou: 'Olha o Noll'. Tem certeza? 'Sim. Ele frequenta a livraria que eu trabalho'. Fui pra casa dormir.

terça-feira, setembro 23, 2008

AMORES PÓS-MODERNOS - FRAGMENTOS

foto: flickr dallyschwarz


I

Cansado, após um dia de trabalho inútil, fuma um baseado e liga para os amigos. Ninguém atende. Resolve ligar para o ex-namorado:

- Oi.

- Oi. Você me ligando?

- É... Fumei um back e lembrei de você. Bateu uma saudade filha da puta do quarto verde.

- Aé? Mas eu não estou fumado.

- Na verdade, liguei para dizer que você é uma mula. Sim uma mula. Desculpa, mas tenho que aproveitar a sinceridade para falar...

- Você ligou para me insultar?

- Nãoooooo. Imagina! Liguei pra dizer que você é uma mula, idiota por não me querer. Fico pensando: sou interessante, legal, inteligente... E você não quer nada comigo?!

- Convencido. Olha, vou desligar. Senão vou mandar você se fuder.

- Você não me entende mesmo.

- Alô?

(...)



II

Amigos, num café em Botafogo:

- Você pode parar de chorar? Eu avisei que ele era só pra trepar. Mas você é insistente, boba. Mulheres gostam de fantasiar...

- Não é fantasia. Ele olhou nos meus olhos e disse uma poesia no meu ouvido. Depois ainda falou que eu era a mulher mais linda que ele já beijou.

- Ele só queria te comer, Anna. É macaco-velho, 60 anos, porra. Te falei para não acreditar nos poetas.

- Mas ele trepava gostoso, parecia um garoto. Viril. Não era joystick...

- AHAHAH Você é engraçada. Até parece, velho daquele jeito?

- Tô falando sério, Roberto. E pára de rir da minha desgraça.

- Não seja dramática. E pára de ler poesia! Esquece esse velhaco.

- Como?


III

Duas amigas se reencontram num ponto de ônibus, em Copacabana:

- Ô menina quanto tempo?

- Sim. Estou mais recolhida.

- Por que? Terminou o namoro. Cadê a Sabrina?

- Acabou faz tempo. Tô namorando o Marcelo, um diretor de teatro.

- Ué, mas você não gostava de buceta?

- Ainda gosto. Mas tô muito hétero ultimamente. Tenho pensado até em casar, ter filhos...

- Desculpa, mas vocês são muito esquisitos.

- Por que?

- Essa coisa de ficar com homem em mulher...

- Vai me dizer que você nunca experimentou?

- Não. Deus me livre! Gosto de homem, de piroca: grande e grossa.

- Ué, mas eu também. Mas isso não impede o meu interesse por um mamilo durinho e um bucetinha molhada.

- Ai, tá me dando nojo.

segunda-feira, setembro 22, 2008

BALANÇO DA FLAP! RJ





Ramones, Priscila, Ponce, Jardim e Diana


A FLAP! RJ terminou e estou exausto: muito trabalho e pouco público. Vamos na resistência! As mesas foram ótimas, principalmente a primeira, 'Geração Espontânea'. Os debates continuaram nas mesas dos bares Lapa e do Baixo Gávea, na companhia de Marcelino Freire, Paulo Scott, Ademir Assunção, Leandro Jardim, Thiago Ponce, Marcio-André, Victor Paes, Priscila Andrade, Diana de Hollanda....

>>> Ponto de Vista, publicado no Portal Literal:




A terceira edição da FLAP! Rio de Janeiro reuniu escritores, poetas e intelectuais para debater sobre as mudanças que as novas tecnologias propõem à literatura, no auditório da PUC. A platéia composta aproximadamente por 50 pessoas estava bastante participativa – em alguns momentos, falando mais do que os convidados.

No primeiro dia, a preocupação dos organizadores era que o sábado ensolarado desviasse para orla carioca os poucos interessados em comparecer ao campus universitário. No segundo dia, o receio era que a chuva não deixasse ninguém sair de casa na tarde de domingo. Expectativas à parte, os interessados foram chegando aos poucos. Entre eles: Guilherme Zarvos, Paulo Scott, Marcelo Moutinho, Adriana Monteiro de Barros e Mariano Marovatto.

A poeta Viviane Mosé fez a abertura do evento dizendo poemas de forma eloqüente, sem necessidade de gritos ou peripécias, conquistando o silêncio da platéia. A primeira mesa, 'Geração Espontânea', foi o debate mais interessante: o jornalista Miguel Conde, a poeta Viviane Mosé e o escritor Flávio Izhaki trocaram impressões sobre a polêmica 'geração 00', sob a mediação da crítica literária Heloisa Buarque de Hollanda – que transformou o debate num bate-papo interessante, saindo algumas vezes da função de mediadora.

"Participei de muitos eventos literários, vi muitas pessoas surgirem. Não é possível acertar em tudo. Publiquei a antologia 26 poetas hoje (Aeroplano), na época muito criticada, mas até hoje o livro é editado. Só entendemos melhor a geração depois que os anos passam. Mas é importante destacar que nessa 'geração digital' tem muita gente interessante", afirma Heloisa.

A publicação de textos na internet foi o assunto que passeou por todos os debates, principalmente na mesa 'Empório de Palavras', composta pelos poetas Claufe Rodrigues, Tanussi Cardoso, Eucanaã Ferraz; e pelos editores Victor Paes (Confraria dos Ventos) e João Emmanuel Magalhães Pinto (Guarda-Chuva). Tanussi, seguindo a mediação proposta na primeira mesa, acabou tornando o debate um pouco confuso ao permitir que platéia interferisse mais do que deveria. Mas para um evento nomeado de 'Interferências', não foi ruim.

Os convidados expuseram muitas ressalvas em relação aos blogs: Os internautas lêem tanto quanto publicam na internet? Há qualidade na produção dos blogueiros? Até que ponto os blogs interferem na linguagem adotada no texto?

Algumas dessas perguntas foram debatidas com a platéia, mas não houve um consenso. No entanto, o editor João Emanuel, ratificou a importância dos blogs, ao afirmar que pesquisa os escritores que publicam na web: "Sempre que desejo conhecer o trabalho de um novo escritor, coloco o nome dele no Google e vejo se ele tem um blog. Avalio o material que está publicado no blog antes de ler o original. Tenho uma editora pequena, só posso publicar se eu tiver um mínimo de retorno. A internet auxilia nessa seleção."

A mesa 'Tecnologia e Miscigenação', mediada por este que vos escreve, foi integrada por poetas que utilizam diferentes suportes de publicação para os seus trabalhos – Omar Salomão, Lucas Viriatto e Alice Sant'Anna – além de Olga Savary, que não usa celular e nem internet, e permitiu um olhar diferente para a produção dos jovens poetas.

"Fiz uma opção na minha vida, não utilizar celular. Quando estou na rua quero que ninguém me encontre. Se preciso mandar um e-mail peço a um amigo. Gosto de escrever cartas, ainda gosto de me corresponder. Não preciso estar conectada para fazer minhas poesias ou meu trabalho de tradução. Nada substitui o prazer de ler um livro", declara Olga, tradutora de Lorca, Mario Vargas Llosa, Neruda e Octavio Paz.

Novamente os blogs motivaram a manifestação da platéia. Durante uma discussão sobre a qualidade da produção literária na web, o escritor Marcelino Freire, que está no Rio de Janeiro para lançamento do livro Rasif (Record), nesta segunda, 22, na Livraria do Odeon, na Cinelândia, se manifestou: "Claro que tem porcaria na internet. Mas idiota tem em qualquer lugar: dentro e fora dela. Então não é para culpar os blogueiros", diz Marcelino, com o típico sotaque pernambucano.

Na última mesa, 'Vanguarda', Leandro Jardim, mediou o debate entre o poeta Paulo Henriques Britto, a crítica literária Beatriz Resende e o poeta Dado Amaral. Beatriz conduziu boa parte do debate ao falar sobre a produção literária contemporânea, tema do seu mais recente livro de ensaios Contemporâneos (Casa da Palavra), a ser lançado nesta terça, 23, na Cinemathèque, em Botafogo:

"Muitos escritores utilizam blogs, mas a crítica literária ainda é muito receosa em relação a esse cyberspace. E tem outra coisa: desconheço um autor que publica na internet e não deseja ter um livro publicado por uma editora. Alguém conhece?"



>>> pós-fl@p:




Paulo Scott, Ademir Assunpção, Marcelino Freire, Diana de Hollanda, Leandro Jardim, Ramon Mello, Dado Amaral, Thiago Ponce de Moares, Adriana Monteiro de Barros, Priscila Andrade e Olga Savary

na ponta direita da mesa: Victoria Saramago

quinta-feira, setembro 18, 2008


Amigos,

Estou participando da Flap! RJ 2008, neste fim de semana. Segue a programação completa:


FLAP! Rj - Interferências

Data:
20 e 21 de setembro de 2008
Horário:14:00 às 19:00
Local: Marquês de São Vicente, 225, Gávea. Campus da PUC-Rio, Auditório del Castilho - 2º andar, Prédio RDC (Ed. Rio Datacentro)


DIA 20 DE SETEMBRO (SÁBADO)

14h - Abertura: Viviane Mosé, poeta e filósofa

14h30 - Geração Espontânea

Geração Mimeógrafo, 00, 80, 90… Uma estratégia de venda ou um retrato, um instantâneo de um momento literário? Quem define, o que difere? Para situar ou para estigmatizar? São válidos esses rótulos?

Mediadora: Heloísa Buarque de Hollanda (editora da Aeroplano e professora da UFRJ)

Flávio Izhaki
(escritor)
Miguel Conde (jornalista de literatura dO Globo)
Viviane Mosé (poeta)

16h20 – Sarau Movimento InVerso - Clauky Saba

Adriana Monteiro de Barros / Betina Koop / Madame Kaos (juju hollanda, beatriz provasi e marcela giannini) / Marcella Maria / Priscila Andrade / Ramon Mello


16h50 – Empório de palavras

Sebos, livrarias de bairro, virtuais, grandes redes. Produções artesanais vendidas em portas de teatro, e-books disponíveis em sites e blogs. Busdoors propagandeando – e vendendo! - o mais novo título de auto-ajuda. Quem é o leitor de literatura brasileira? Qual o caminho para os novos autores? Poesia não vai para as vitrines porque não vende ou não vende porque não vai para as vitrines?

Mediador: Tanussi Cardoso (poeta e editor)

Eucanaã Ferraz (poeta)
Claufe Rodrigues (poeta e jornalista)
João Emanuel Magalhães Pinto (editor da Guarda-Chuva)
Victor Paes (poeta e editor da Confraria do Vento)

18h40 – Exibição do curta 'POR ACASO GULLAR', de Maria Rezende e Rodrigo Bittencourt

19h – Encerramento

DIA 21 DE SETEMBRO (DOMINGO)

14h - Abertura - Leitura de Lorca, com o ator José Mauro Brant

14h30 - Palavras nos meios: tecnologia e miscigenação

Vídeos, CD'S, blogs, sites colaborativos, compartilhamento na web.O diálogo da literatura entre mídias é uma evidente característica da produção contemporânea. Mas até que ponto os diferentes suportes interferem diretamente na escrita? De que maneira essa interação se torna positiva ou valoriza o texto que não se sustenta? Como está escrevendo a geração de escritores que utiliza a internet como principal ferramenta de publicação?

Mediador: Ramon Mello (escritor, ator e jornalista)

Lucas Viriato (poeta e editor do jornal Plástico Bolha)
Olga Savary (poeta e tradutora)
Omar Salomão (poeta)
Alice Sant'Anna (poeta)

16h20 – Sarau Castelinho do Flamengo - João Pedro Roriz

Manoel Herculano
(ator e escritor) / Marcelo Girard (jornalista e escritor) / João Pedro Roriz (ator e poeta)

16h50 - Vanguarda

Artistas de vanguarda protagonizaram movimentos marcantes como a Semana de Arte Moderna de 22 e a Poesia Concreta, rompendo com alguns padrões e características estéticas de sua época e re-significando outros. Mas, em 2008, o que é possível encontrar de novo? Ainda existe a possibilidade de vanguarda na literatura atual?

Mediador: Leandro Jardim (poeta e letrista)

Beatriz Resende
(crítica literária e professora da UFRJ)
Dado Amaral (poeta, ator e cineasta)
Paulo Henriques Britto (poeta, contista, tradutor e professor da PUC-Rio)

18h40 – Exibição de curta 'PROCURANDO DRUMMOND', de Rodrigo Bittencourt

19h – Encerramento

quarta-feira, setembro 17, 2008

BLOGUEIRO SARAMAGO



Escrevi essa nota para o Portal Literal e resolvi postar no ‘Sorriso’:


José Saramago estréia como blogueiro

A blogosfera acaba de ganhar um ilustre membro, ou melhor, blogueiro: José Saramago. O escritor português lançou o blog ‘O Caderno de Saramago’ na web para estabelecer uma nova forma de contato com seus leitores.

O blog do Prêmio Nobel de Literatura está disponível dentro do site da Fundação Saramago e já possui três postagens do escritor. Um trecho do novo livro novo livro, ‘A Viagem do Elefante’, que será lançado em breve em espanhol, português e catalão, também se encontra no site.

No primeiro texto, de 15 de setembro, o escritor resgatou uma ‘carta de amor’ à capital portuguesa. No segundo, de 16 de setembro, Saramago comenta o pedido de desculpas da Igreja Anglicana a Charles Darwin por não compreender sua teoria evolucionista. E no terceiro, ‘George Bush, ou idade da mentira’, de 17 de setembro, ele faz duras críticas ao presidente Bush:

‘Pergunto-me como e porquê Estados Unidos, um país em tudo grande, tem tido, tantas vezes, tão pequenos presidentes. George Bush é talvez o mais pequeno de todos eles Inteligência medíocre, ignorância abissal, expressão verbal confusa e permanentemente atraída pela irresistível tentação do puro disparate, este homem apresentou-se à humanidade com a pose grotesca de um cowboy que tivesse herdado o mundo e o confundisse com uma manada de gado..’

De acordo com Saramago, no ‘caderno’ serão publicados ‘comentários, reflexões, simples opiniões sobre isto e aquilo, enfim, o que vier a talhe de foice’.

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA - Blog

E aproveita e visita o blog do ‘Ensaio sobre a Cegueira’ , de Fernando Meireles, sobre o processo de filmagem. A poeta Maria Rezende que me indicou o blog. Para quem é fã de cinema e literatura é um prato cheio. Ainda não vi o filme, mas já soube que é ótimo.

GELADEIRA

Desde o dia que limpei a geladeira, tenho andado esquisito, choro à toa ouvindo 'Cama e Mesa', do Roberto Carlos. Sinto falta da sujeira cotidiana? Não. Descobri, outro dia, que tenho alergia a determinadas pessoas e situações. Desconfio disso. Será? Na dúvida, tranquei meu coração no congelador. O livro de receitas diz para não passar de duas horas, mas já faz três semanas e não sinto vontade de tirá-lo de lá. Há tempos, parei de cheirar buceta e cocaína – mania de poetas curitibanos. Agora só faço fumar cigarro atrás de cigarro. Sinto falta de um baseado, mas como nunca comprei não vou comprar. Simples assim, vou esperar um convite amigo. Quem sabe não crio coragem e abro a porta da geladeira, de madrugada. Nem que seja para ficar pensando com aquele vento frio na cara: ovos vencidos, contas à pagar, toddy, macarrão, suco de caju, trabalho pra entregar, pão de forma, garrafa d'água vazia, computador fudido, leite integral de caixinha, requeijão, cheque devolvido, margarina, análise na segunda, lentes de contato, chumbinho...

terça-feira, setembro 16, 2008

PATOLINO

'Isso não faz o menor sentido, mas eu também não faço'




SOMBRINHA



Toda vez que chove penso em você. Esse frio me deixa doente, com febre. Sinto falta daquele abraço apertado, quentinho. Lembro do cheiro de maconha ao som dos velhos baianos, do vinho molhando nossos desejos e da larica depois do sexo. Acendo um, dois, três cigarros pra deixar a saudade queimar, virar cinza. Tenho pensado em comprar uma sombrinha. É individual. Entende? Não quero mais o guarda-chuva. Sei lá, faz o que você quiser com ele. Use a criatividade.

sábado, setembro 13, 2008

ENSAIO

'arlequim' , por Tomás Rangel



'entre livros', por Tomás Rangel


>>> Ensaio do fotógrafo Tomás Rangel no Real Gabinete Português de Leitura, na Praça Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro. A foto com o livro do Kafka nas mãos me rendeu uma lonnnnnnnnnnga bronca do bibliotecário:

- Rapaz, é proibido manusear os livros. É expressamente proibido!

- ... mas quem proibiu?

- Não sei, mas proibiram. Por favor, coloque o Kafka no lugar dele.

- (RISOS) Sim, pode deixar.

- BLÁBLÁBLÁBLÁ

terça-feira, setembro 09, 2008

PROZAC




, parafraseando o cantor lírico Murilo Neves:

Sejam bem-vindos: hipocondríacos da alma, amantes de tarjas pretas, terapias e divãs.