segunda-feira, maio 30, 2011


música de orestes grokar, regente das cerimônias xâmanicas da doutrina do santo daime em santa maria no rio grande do sul:


guerreiro da paz

eu chamo a força, eu chamo a força
eu chamo a força
força das pedras para me firmar
eu chamo a terra, eu chamo a terra
eu chamo a terra
eu chamo a terra para me enraizar

eu chamo o vento, eu chamo o vento
eu chamo o vento
eu chamo o vento vem me elevar
Eu chamo o fogo, eu chamo o fogo
eu chamo o fogo
eu chamo o fogo para me purificar

eu chamo a lua, chamo o sol
chamo as estrelas
chamo o universo para me iluminar
eu chamo a água, chamo a chuva
e chamo o rio
eu chamo todos para me lavar

eu chamo o raio, o relâmpago e o trovão
eu chamo todo o poder da criação
eu chamo o mar, chamo o céu e o infinito
eu chamo todos para nos libertar

eu chamo cristo, eu chamo budha
eu chamo krishna
eu chamo a força de todos orixás
eu chamo todos com suas forças divinas
eu quero ver o universo iluminar

eu agradeço pela vida e a coragem
ao universo pela oportunidade
e a minha vida eu dedico com amor
ao sonho vivo da nossa humanidade

sou mensageiro, sou cometa, eu sou indígena
eu sou filho da nação do arco íris
com meus irmãos eu vou ser mais um
guerreiro
na nobre causa do inka redentor

eu sou guerreiro, eu sou guerreiro e vou lutando
a minha espada é a palavra do amor
o meu escudo é a bondade no meu peito
e o meu elmo são os dons do meu senhor

eu agradeço a nossa mãe e ao nosso pai
e aos meus irmãos por todos me ajudar
a minha glória para todos eu entrego
porque nós todos somos um nesta união

ñdarei a sã
ñdarei a sã
ñdarei a sã
desde o principio
todos nós somos irmãos!
orei ouá
orei ouá
orei ouá
viva o poder de todo o universo!

domingo, maio 29, 2011

SARAU HIGH TECH

sábado, 04 de junho, às 17h, estarei no evento sarau de avatares e heterônimosdo núcleo de literatura do fórum de ciência e cultura da ufrj (sala oduvaldo vianna filho - vianninha, eco) com cecilia giannetti, joão paulo cuenca, ismar tirelli neto, betina kopp e márvio dos anjos.

a direção do sarau high tech é de jaqueline rodrigues. o evento é idealizado por cristiane costa.

ainda vai rolar oficinas literárias com leonardo villa-forte (mix lit) e ana paula maia.

a coordenação do ‘arte fórum’ é assinada por beatriz resende e denilson lopes.

programação completa, aqui!


ESCOLA LIVRE DA PALAVRA


depois da escola livre de cinema e da escola livre de teatro, marcus vinicius faustini inaugurou, na lapa, a escola livre da palavra. belo projeto!


poema de omar salomão [exposição na escola livre da palavra]

quarta-feira, maio 25, 2011

domingo, maio 15, 2011

A ARTE DE PERDER


A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério.

'A arte de perder', Elizabeth Bishop - tradução: Paulo Henriques Britto

domingo, maio 08, 2011

JOÃO SILVÉRIO TREVISAN



O Globo - Tatiana Farah - 8 de maio de 2011

João Silvério Trevisan, “militante pelos direitos homossexuais desde os anos 1970, quando, em plena ditadura militar, lançou o jornal “Lampião da esquina” e o movimento Somos.”
Escritor, ensaísta, filósofo e cineasta, Trevisan conta que “sentiu orgulho do Brasil com a aceitação da união homoafetiva pelo Supremo Tribunal Federal. Para ele, não há mais como recuar na garantia dos direitos dos homossexuais, e o próximo passo é a criação de uma lei que puna a homofobia. Autor de “Devassos no paraíso” e “Seis balas num buraco só: a crise do masculino”, dois estudos sobre a sexualidade no Brasil, João Silvério diz que o 5 de maio é uma celebração do “direito de amar”.


- Qual a importância da decisão do STF sobre a união civil para gays?
- Foi um divisor de águas na democracia brasileira, não apenas por conta do tema abordado, mas por todo o contexto e a conotação dos debates. Fazia muito tempo que eu não tinha orgulho do Brasil. Ontem (quinta-feira), eu tive orgulho do Brasil ao ouvir os ministros falando com uma precisão que eu não imaginava que existisse neles. Uma precisão visando à questão democrática. Estamos ou não numa democracia? Se estamos, os direitos são para todos. Foi importante também porque atingiu toda a comunidade homossexual do país.

- O senhor tem estimativa do tamanho dessa comunidade?
- Não há uma estimativa, justamente por conta da invisibilidade. Ela é imensamente invisível. A bissexualidade brasileira não se trata de bissexualidade. É uma homossexualidade vivida clandestinamente. A quantidade de homens casados que vivem sua homossexualidade clandestinamente é escandalosa e assustadora. Então, a decisão do STF é uma mensagem importantíssima para essa comunidade desconhecida, porque é um círculo vicioso: você se esconde porque tem medo e, por se esconder, não pode reivindicar ou sequer saber quais são os seus direitos.

- O senhor acredita que haverá um grande movimento de casamentos homossexuais, de formalização das relações?
- Não é isso o que importa. O mais importante não é o movimento em função do casamento, mas a aceitação de que existem homossexuais no Brasil e de que seus direitos não são diferentes dos direitos de nenhum outro cidadão. O fato de o Supremo de um país reconhecer a existência, o direito dessas pessoas de constituírem sua união amorosa dá uma visão definitiva e clara do que seja um relacionamento homossexual. Homens adoram transar entre si, e depois vão se casar com mulheres. É histórico no Brasil.

- Por que ser gay incomoda tantas pessoas?
- O machão se sente ameaçado e não me pergunte por quê. Há uma série de motivações. Eu, particularmente, acho que as motivações ideológicas escondem as psicológicas, muito sérias. Como dizia José Simão, a propósito de atitudes de políticos como (Jair) Bolsonaro, “debaixo de todo pitbull há uma Lassie”. De maneira simplista podemos lembrar esse fato: estão ameaçados porque têm algum tipo de encantamento do qual estão se defendendo.
- Assusta ver nas redes sociais, como no Twitter, a expressão de jovens homofóbicos?
- Assusta, sim. Acho que as políticas educacionais estão sempre a reboque. As gerações têm de ser educadas dentro de um processo democrático. E esse processo tem de pensar as diferenças, todas as diferenças.
- Os meninos gays estão se mostrando mais?
- Graças a Deus, os meninos gays e as meninas lésbicas estão se mostrando mais. Essa meninada, que vem da periferia para poder se beijar no centro da cidade, vem num espaço limitado exercer o seu direito de amar. É como a piada do beijo gay na novela, que já virou uma coisa ridícula.

- O próximo passo é conquistar a lei contra homofobia?
- Certamente. No Brasil e de seus direitos não são diferentes dos direitos de nenhum outro cidadão. O fato de o Supremo de um país reconhecer a existência, o direito dessas pessoas de constituírem sua união amorosa dá uma visão definitiva e clara do que seja um relacionamento homossexual. Homens adoram transar entre si e depois vão se casar com mulheres.

- E isso deve mudar?
- Não. O que vai mudar é a ideia de que homens não podem se amar e mulheres não podem se amar. A união estável faz um reconhecimento de que homossexuais amam. O seu amor tem os mesmos direitos e deveres do amor de heterossexuais. E (a decisão do STF) foi uma lição para o Brasil de que nós, homossexuais, com nossa firmeza e resistência, temos o nosso direito de amar.

- Esses direitos vão se estender à adoção de crianças?
- Agora não há mais como segurar.

- A comunidade gay vai acabar ficando mais “careta” com essa ideia de casamento?
- É bem provável que estejamos virando caretas, ao nos atrelarmos a uma circunstância formalizada pelo Estado. Mas há o bônus, que é a conquista política da igualdade e do direito de não ser violentado. Não é fácil ver um mendigo olhando para você e gritando: “Viado tem tudo é que morrer”. É indescritível a dor que isso provoca. O que leva o mendigo a achar que é mais importante que eu? Ele é um pária social, mas, para ele, estou abaixo.

- A ofensa é maior quando vem de um mendigo?
- A ofensa é exatamente igual. Mas estou dizendo que a coisa é tão violenta que, até para um pária social, estou abaixo dele. É um exemplo emblemático do lugar em que nós estamos: o cocô do cavalo do bandido.

- A união civil vai mudar essa situação?
- Vai demorar muito. Celebramos a conquista, mas o que tem pela frente é assustador. Por que estamos há quanto tempo esperando projeto de lei que pune a homofobia?

- E a decisão do STF deve facilitar a aprovação do projeto?
- Não há possibilidade, agora, de retorno. Tudo o que acontece no Brasil é em função de um fato consumado, e o STF deu agora um fato consumado. Não tem volta. É a armadilha na qual o Judiciário colocou o Legislativo. Nossos políticos estão no piloto automático, há muito não pensam no bem do cidadão. É uma classe altamente fisiológica.

- Que país é este em que a Parada Gay é uma festa nacional, mas, na mesma Avenida Paulista, gays apanham à noite?
- É a hipocrisia em que vivemos. A cultura do Brasil é carnavalizada. É a cultura da máscara, como escrevo em “Devassos no paraíso”. Usamos a máscara para o bem e para o mal. O lado legal é o bom humor, a esculhambação, a criatividade e o afeto. E tem o jeitinho, que é a parte da sombra da cultura brasileira. É o jeitinho de não deixar as coisas claras. A falsa bissexualidade, por exemplo, faz parte dessa máscara.

- Como vê o movimento LGBT de hoje?
- Tenho severas críticas ao movimento homossexual. É de elite, e o que conseguiu foi por lobby. A comunidade homossexual brasileira é politicamente alienada. Hoje, graças às redes sociais, as ideias estão mais difundidas. Isso não significa um movimento homossexual, mas sim tomada de decisão política da comunidade, o que é fantástico.

- Por outro lado, a visibilidade da homofobia aumentou?
- Com certeza. E era de se esperar a reação. A união estável entre homossexuais não prejudica ninguém, mas existem pessoas, pelos motivos mais diversos, desde ideológicos, psicológicos, sexuais, que se incomodam. Como se estivéssemos tomando o espaço delas. É só ver a bancada religiosa e a CNBB, que acham que realmente alguma coisa muito ruim está acontecendo.

sexta-feira, maio 06, 2011

DIREITOS HUMANOS

Jornal O Globo - 05/05/2011

A decisão do Supremo Tribunal Federal que reconhece a união estável entre homossexuais dá esperanças aos casais gays que procuram ter os mesmos direitos dos heterossexuais. Esses direitos não estão garantidos por lei, mas podem ser legitimados pela decisão do STF, que abre um precedente jurídico. Deste modo, esses direitos podem ser adquiridos tanto por atos normativos de órgãos do Estado quanto por ações judiciais.

Os direitos que os casais gays ganham com a decisão:

VIDA FINANCEIRA

Somar renda para aprovar financiamentos
Somar renda para alugar imóvel
Direito à impenhorabilidade do imóvel em que o casal reside
Fazer declaração conjunta do IR
Reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro companheiro ao amante
Solicitar o seqüestro dos bens do casal, caso o companheiro os estiver dilapidando e estiverem dissolvendo a união



VIDA FAMILIAR

Reconhecida a união estável
Adotar sobrenome do parceiro
Acompanhar o parceiro servidor público transferido
Garantia de pensão alimentícia em caso de separação
Assumir a guarda do filho do cônjuge
Adotar o filho do parceiro
Poder ser inventariante do parceiro falecido
Visita íntima na prisão
Alegar dano moral se o parceiro for vítima de um crime
Proibir a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem do companheiro falecido ou ausente
Segredo de justiça nos processos que se referirem a qualquer coisa que esteja discutindo a união ou separação
Autorizar cirurgia de risco
Herança

BENEFÍCIOS

Inscrever parceiros como dependentes da previdência
Receber abono-família
Receber auxílio-funeral
Incluir parceiros como dependentes no plano de saúde
Ter licença-maternidade para nascimento de filho da parceira
Ter licença-luto, para faltar ao trabalho na morte do parceiro
Participar de programas do Estado vinculados à família
Inscrever parceiro como dependente de servidor público

quinta-feira, maio 05, 2011

A POESIA QUE NOS UNE

Por Júlio Diniz

Assisti inúmeras vezes ao show “Brasileirinho” de Maria Bethânia e tantas outras revi em casa o DVD do espetáculo com a imagem de Ferreira Gullar lendo o poema “O descobrimento” de Mário de Andrade, com a Bachiana no 5 de Villa-Lobos ao fundo, interpretada pelo grupo Uakti. De repente surgia a voz mestra da intérprete cantando “Salva as folhas”, de Gerônimo Santanna e Ildásio Tavares. O ano era 2004 e as águas de março fechavam o verão.

O episódio chocante ocorrido na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no último dia 7, nos faz pensar no que queremos na área da educação e o que planejamos para as nossas crianças. A escola não pode ser o lugar do abandono, da violência, da insensibilidade. Independente dos motivos que levaram aquele ex-aluno a provocar um massacre, sabemos que todos nós somos vítimas e algozes em uma sociedade que precisa urgentemente se reinventar. No mesmo dia, a presidente Dilma Roussef lamentou o ocorrido e pediu um minuto de silêncio para “homenagear esses brasileirinhos que foram retirados tão cedo da vida”. Ávidos por liberdade, sedentos por alegria, estudavam numa escola que foi batizada com o nome de um poeta brasileiro modernista, Tasso da Silveira. Esses brasileirinhos são também os meninos e meninas que trabalham com poesia e música popular em tantas outras escolas do país e têm o direito aos bens culturais que aspiram.

O CD “Brasileirinho” de Bethânia serviu de inspiração para Vânia Corrêa Pinto, professora de filosofia do Colégio Estadual Vicente Jannuzzi, uma escola pública localizada na zona oeste do Rio de Janeiro, desenvolver um belo trabalho com os seus alunos. Os estudantes tiveram a oportunidade de, através de canções e textos de nossa literatura presentes no repertório do CD, ler com mais paixão e rigor crítico os caminhos e descaminhos do Brasil. A proposta da professora atingiu o peito e a cabeça dos seus alunos. O que se viu naquela escola era o que queremos ver em todas as escolas deste país: ensino dinâmico, trocas interculturais, debates constantes e comoção diante da vida. A literatura e a nossa música popular são armas poderosas no processo de aprendizagem, formação do cidadão e transformação da própria realidade sociocultural. São mais poderosas que as balas que querem nos atingir diariamente. O ano era 2005 e as águas de março fechavam o verão.

O que nos une, além da antropofagia, é a fome. E a maneira de dizê-la é a língua, inculta e bela, roçando a lusitana língua de Camões, tocando a rosa do Rosa em constante fabricação, inventando o cotidiano das imagens e das canções, como bem o disse Caetano. O latim em pó que se espalhou pelos continentes a partir do mar português, amalgamou-se com outras vozes em África, lutou por sua sobrevivência na Ásia e dançou miscigenado na alegoria do Sambóbromo Brasil. O latim em pó, diluído e recomposto, nos assegura a permanência de uma memória multicultural. A língua resiste ao esquecimento. A língua é a tradução da tradição que nos faz andar assim, meio torto, meio enviesado, meio de banda.

Os modos de ser brasileiro confundem-se com os jeitos do Brasil. A precisão das imagens fundacionais de uma nação, certeza e garantia civilizatórias de vários povos, para nós é borrão, pincelada impressionista, rasura no texto, remendo na roupa. O Brasil é uma invenção de deserdados.

O episódio trágico envolvendo alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira me faz refletir, como educador e cidadão, sobre o lugar delicado, estratégico que a poesia ocupa em nossas vidas. Não se trata de uma discussão inocente ou marcada por uma visão romântica de mundo. Não se trata de transformar a arte em terapia ocupacional ou ferramenta pedagógica. Não se trata de achar que a poesia nos protege e nos salva da violência cotidiana. Trata-se da confirmação de que o projeto “Brasileirinho” da professora Vânia, centrado no cd de Bethânia, continua provocando nos alunos de uma escola localizada também na zona oeste da cidade a sensação de compartilhar com outros o sentimento do mundo. Diante da barbárie, a poesia é possível, sim. Diante da intolerância, a poesia é necessária, sim.

Há algumas semanas iniciou-se um processo de demonização da cantora Maria Bethânia. Acusaram-na levianamente de ter se apoderado de forma pouco ética de dinheiro público. Por detrás de toda a cortina de fumaça que se levantou, está a ausência irresponsável dos atores culturais num debate necessário sobre financiamentos, fundos, patrocínio e direitos autorais entre outros temas. O discurso dos rancorosos e dos oportunistas centrava-se em Bethânia para desviar a discussão do seu alvo. Tentaram usar a cantora como bode expiatório. E a polêmica girou em torno do projeto de um site sobre poesia idealizado por Hermano Vianna e Andrucha Waddington em parceria com a intérprete.

Nada como a possibilidade de uma discussão necessária num momento descontextualizado. Inúmeros artistas e criadores entraram no debate. Gostaria agora de falar como professor, educador, cidadão, consumidor de bens culturais. Se os valores do projeto divulgados são considerados justos por uns e abusivos por outros, esta é uma questão importante, mas agora não é a essencial. O que se combatia, com doses de intolerância e rancor, era um projeto que privilegiava a poesia num site de acesso gratuito.

O projeto da professora Vânia Corrêa Pinto, como de tantos outros professores em milhares de escolas brasileiras, quer o mesmo que Bethânia. Quer comida, poesia, bebida, diversão e balé! Quer poder levar para a escola pública a força da palavra com plasticidade e delicadeza. Quer poder respeitar o trabalho de quem se dedica com profissionalismo e ética ao que faz. Não quer ficar refém da mediocridade, intolerância, inveja e violência reinantes num país de pequenos e grandes assassinatos.

Definitivamente “o leito do rio fartou-se/e inundou de água doce/a amargura do mar”, como nos ensina Chico Buarque. As águas de um abril despedaçado disfarçam o fim triste do verão. O outono, como o mundo, precisa de poesia. Cada vez mais.

Júlio Diniz é professor de literatura e diretor do Departamento de Letras da PUC-Rio

quarta-feira, maio 04, 2011

Gonçalo Goncalves from Tiago Pereira on Vimeo.


o vídeo encontra-se no blog 'a música portuguesa a gostar dela própria', espaço da música portuguesa contemporânea, idealizado por tiago pereira. [via daniel melim]

segunda-feira, maio 02, 2011

SHAVÁSANA

posição do cadáver
respire devagar, relaxe
enterre as escápulas
no chão observe
como você se sente
após os ásanas?