quinta-feira, agosto 27, 2009

CEP 20.000 - 19 ANOS






[Documentário de Daniel Zarvos sobre o projeto CEP 20.000]


o poeta CHACAL me convocou para os 19 anos do CEP 20 000. estarei por lá e levarei meus VINIS MOFADOS.

o CEP 20.000 faz mais um ano de turbulência, de lendárias performances, de insubordinação, nessa QUINTA-FEIRA, dia 27, a partir das 19 hs até 22 hs no SÉRGIO PORTO (rua humaitá, 163/fundos).

com as DOIDIVANAS, ALBERTO PUCHEU, TAVINHO PAES, OS 7 NOVOS, RAMON MELLO, CLUBE DA LEITURA (BARATOS DA RIBEIRO), FALAPALAVRA, PEDRO LAGE,JULIANA HOLLANDA,IGOR COTRIN, MANO MELO,ALBERTO MATTOS, MARIA REZENDE, e muitas SURPRESAS...

ingresso = 4 reais.

segunda-feira, agosto 24, 2009

sábado, agosto 22, 2009

ESSA CANÇÃO FRANCESA


Dirigido por Rafael Barion e Adams Carvalho.
Editado por Olivia Brenga.

Essa Canção Francesa faz parte de trabalho Em Outro Lugar, de Thiago Pethit. Quem canta com ele é a Tiê.

Essa Canção Francesa

Música: Thiago Pethit
Letra: Rafael Barion e Thiago Pethit

Ma belle amie
Je sais que tu viens
Que tu viens pour dire
Malgré ton désir
Que tu es ma lover
Oui, je suis ta lover
Car quand il est neuf heures
Moi je dois partir
Je fais semblent de dormir
Pour pouvoir retrouver
Tes mots secrets
Tes mots d'amour
Sous l'oreiller

C'est ma chanson française pour toi
Les rimes hesitent mais pardonne-moi
Je n'ai pas ta classe, ni ta cadence
Pour dire des mots d'amour
Comme en France

Je suis ta lover
Oui, tu es ma lover
Car quand il est neuf heures
Toi tu dois partir
Tu fais semblent de dormir
Pour pouvoir retrouver
Mes mots secrets
Mes mots d'amour
Sous l'oreiller

C'est ma chanson française pour toi
Les rimes hesitent mais pardonne-moi
Je n'ai pas ta classe, ni ta cadence
Pour dire des mots d'amour
Comme en France

Mon amour
Mon amour
Je veux que tu viennes toujours
Mon amour
Mon amour
Ton poème sous l'abatjour
Mon amour
Mon amour
Mon coeur qui bat comme un tambour
Mon amour
Mon amour
Si doux comme un petit-four
Mon amour
Mon amour
On se trouve dans en carrefour

quarta-feira, agosto 19, 2009

VÍCIO




Encontrei esse vídeo bacana no blog Língua do Pé, do professor Nonato Gurgel.

ESQUADROS
Composição: Adriana Calcanhotto

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...



sexta-feira, agosto 14, 2009

BORGES, por Renato Reder


SOBRE ANTOLOGIAS E SARAUS




Depois de organizar o sarau de lançamento do filme PALAVRA ENCANTADA e participar da organização do ENTER ANTOLOGIA DIGITAL, passei a admirar profundamente pessoas que se colocam a frente de ESCOLHAS: Heloisa Buarque de Hollanda com as diversas ANTOLOGIAS, Chacal com o CEP 20 000, Paulo Scott com o DE MODO GERAL, João Paulo Cuenca com os AMORES EXPRESSOS, Priscila Andrade, Diana de Hollanda e Leandro Jardim com a FL@P!, Marcelino Freire com os MICROCONTOS, Flávio Izhaki com as PROSAS CARIOCAS, Nelson Oliveira com os MANUSCRITOS DE COMPUTADOR, Marcelo Moutinho e Jorge-Reis Sá com o DICIONÁRIO AMOROSO DE LÍNGUA PORTUGUESA, Eduardo Coelho com os DONOS DA BOLA, Luiz Ruffato com as 25/30MULHERES, e tantos outros: PARABÉNS! Não é fácil! - principalmente quando se lida com escritores, poetas e afins. Organizar antologias é quase como organizar eventosde literatura: sempre vai ter alguém de fora reclamando, virando a cara, por não ter participado. Falando bem ou mal, são essas pessoas que promovem a literatura e correm riscos. Manuel Bandeira, organizador do livro APRESENTAÇÃO DA POESIA BRASILEIRA, costumava dizer que “organizar antologias é fazer inimigos”, algo do gênero. Não há dúvidas.


Como foi o
lançamento do ENTER? Ótimo! Veja no SaraivaConteúdo.

Clipping sobre ENTER coisa e tals:

- 'A Casa Virtual da Escrita', por Luis Felipe Reis.

- 'Web, literatura e periferia', depoimento de Heloisa Buarque de Hollanda.


- Resenha de ENTER no Jornal do Brasil, pelo poeta e ensaísta Márcio-André.

quinta-feira, agosto 06, 2009

ENTER – ANTOLOGIA DIGITAL

As “práticas literárias” de poetas, prosadores, quadrinistas, cordelistas e rappers de todo o país estarão no site pioneiro ‘ENTER - Antologia Digital, criado por Heloisa Buarque de Hollanda.


O espaço – com curadoria de Heloisa - reúne o trabalho textual e audiovisual de 37 escritores com idades variando entre 20 e 40. Os autores selecionados são, também, atores, músicos, cartunistas, apresentadores de TV, editores, web designers, produtores culturais e ativistas.


'ENTER - Antologia Digital' será lançado às 20horas do dia 11 de agosto na Cinemathèque Jamclub, Rua Voluntários da Pátria, 53, Botafogo, Rio de Janeiro.


CLIQUE NA IMAGEM E LEIA O CONVITE!

MPB

Foto: Jorge Bispo


THAÍS GULIN, AQUI!

segunda-feira, agosto 03, 2009

AZUL





LEMBRANÇAS DO MUNDO AZUL

Por Ramon Mello

O mundo ficou mais triste com a morte do escritor e poeta Rodrigo Souza Leão. Soube da notícia durante a última edição da Festa Literária Internacional de Paraty, através da homenagem realizada pelo poeta Carlito Azevedo no painel “Evocação de um poeta”. Fiquei chocado. Rodrigo foi uma das maiores surpresas que tive na vida, seu delírio e lucidez me fascinavam – poesia pura, a mesma matéria-prima dos textos de Stela do Patrocínio, Maura Lopes Cançado, Lima Barreto, Samuel Beckett e Antonin Artaud.

Em 2008 recebi um exemplar do romance Todos os cachorros são azuis (7Letras) para realizar uma entrevista com o autor para o site Portal Literal. Peguei o pequeno livro, fui para um café e mergulhei no universo lírico, irônico e melancólico de Rodrigo Souza Leão: a trajetória (autobiográfica) de um homem internado no hospício.

No mesmo dia liguei para Rodrigo e combinei um encontro. Ele só fez uma ressalva: "A entrevista tem de ser aqui em casa." Topei. Em seguida, justificou: "Sou esquizofrênico e faz alguns anos que não saio de casa." Fiquei receoso, talvez por medo de que o encontro com um esquizofrênico me revelasse que, afinal, não éramos assim tão diferentes. Mas não desisti, fui até Rodrigo. A entrevista aconteceu numa quinta-feira, no Rio de Janeiro.

Paixão por Rimbaud e horror ao hospício

Quando cheguei ao apartamento, a porta da sala estava aberta, e o autor me esperava sentado num sofá florido, acariciando um cachorro. Foi ele quem fez a primeira pergunta: “Gostou do livro?” Depois levantou, apertou minha mão e disse: “Não repara, minhas mãos estão tremendo por causa dos remédios. É uma merda: engorda, enfraquece os dentes e deixa mão amarelada. Só não deixa brocha. Mas eu fico calminho”, disse com um riso irônico.

Começamos a falar sobre o título do seu livro: “Na minha primeira infância eu tive um cachorro de pelúcia azul. Depois esse cachorro sumiu e nunca mais eu vi. É forte lembrança desse tempo. (...) Mas nenhum cachorro é azul, é bom deixar claro. Só os cachorros de pelúcia são azuis.”


Por duas horas, Rodrigo falou sobre a paixão pela poesia de Rimbaud, o sofrimento em lidar com a esquizofrenia, a admiração por Nise da Silveira e o horror ao tratamento concedido aos loucos no hospício: “São lugares tão bonitos que lembram cemitérios." Seu irmão, Bruno, acompanhou o encontro e tornou a conversa mais engraçada ao revelar curiosidades sobre o poeta, como o hábito de assistir o programa da Igreja Universal do Reino de Deus, embora gostasse de ler Nietzsche e não tivesse muita crença: “Nem sei se Deus existe. Eu sou meio revoltado com Deus. Por que eu fui nascer esquizofrênico?”

Próximo do final da entrevista, perguntei o que era mais importante em sua vida, e Rodrigo respondeu: "O mais importante, no momento, é eu não saber o que é a coisa mais importante na minha vida. É saber colocar importâncias variadas. É importante que eu continue estável e consiga viver o máximo de tempo possível"

E, por fim: “Você quer viver muito?”


"Não. Eu espero viver pouco. Se eu conseguir viver até 50 anos ficarei contente. Porque viver muito é para quem não tem problemas. Quando a pessoa tem muito problema é até melhor morrer cedo porque se livra um pouco dos traumas e angústias. Sou uma pessoa muito traumatizada. Mas feliz! Eu sou feliz. Posso dizer que sou muito feliz, mais feliz que a grande maioria das pessoas. Eu sou feliz. Eu não estou realizado porque ainda estou no meu primeiro livro. Estou na batalha para publicar um livro há muito tempo, desde os 27 anos."


Depois desse encontro, Rodrigo passou a me ligar todas as quintas-feiras por volta das 15 horas. Com o decorrer da amizade, criei coragem e pedi autorização para adaptar Todos os cachorros são azuis para o teatro. Para minha surpresa, Rodrigo me enviou a autorização por escrito, junto com um CD da sua banda Krâneo e seus neurônios – uma produção experimental em parceria com Gizza Negri. Depois de inúmeras consultas por telefone e trocas de e-mails, finalizei a adaptação. Mas, infelizmente, não tive tempo de lhe mostrar o trabalho. Resta, agora, homenageá-lo no palco.

Sua obra merece ser republicada e reavaliada

Rodrigo Souza Leão não precisa de sentimentos de piedade, o que está muito claro na carta de despedida deixada por ele: “Nunca tenham pena de mim. Nunca deixem que tenham pena de mim. Lutei. Luto sempre.” Não tenham pena de Rodrigo, apenas cuidem de sua obra. “Os loucos têm seu céu particular”, ele afirmou.

Mas, afinal, o que é a morte?

“Eu torço para que exista algo além. Gostaria de ver o que as pessoas acham de mim quando eu estivesse morto. Sabe? Para saber se meu melhor amigo iria chorar, se alguma namorada ia lembrar de mim, se meu livro ia vender depois de morto... Porque depois que morre todo escritor vende”, profetizou Rodrigo.

Não tenho dúvidas de que o mundo azul de Rodrigo Souza Leão nos oferece um caminho infinito. Os poemas do blog Lowcura devem ser reunidos. Carbono Pautado, Há flores na pele e Todos os cachorros são azuis merecem edições novas, acompanhadas de textos críticos. E Tripolar tem de sair da gaveta logo. Sua produção literária merece ser republicada, relida e reavaliada.


Ficamos com a lembrança do seu mundo azul. Paz, meu amigo.

Ramon Mello é poeta, autor de Vinis mofados, que será lançado pela editora Língua Geral.