quarta-feira, setembro 03, 2008

PUNHETA


‘Acenos e Afagos’ nas mãos. (19:00) No café, aguardo por você enquanto Noll derrama obscenidades no meu ouvido. (19:30) Fico excitado com a leitura e esqueço seu atraso. (19:52) Envio uma mensagem de celular: ‘estou na livraria, poeta’. (20:15) Você não aparece, suspiro irritado. Devolvo minha atenção ao livro. (20:30) Tento me convencer que não levei um furo, invento desculpas. Novamente meu pau endurece. Paquero um grupo de estudantes na mesa ao lado. (20:43) Você liga dizendo que está numa reunião formal de trabalho e pede mil perdões. Fico mudo, desligo o telefone. (21:00) Pago a conta: um expresso, três reais com 10%. Guardo o livro, a expectativa e o tesão na mochila. Acendo um cigarro e caminho pela Lopes Quintas. (22:18) Estou de volta ao meu mundinho, mas a história do escritor não sai da minha cabeça. (00:01) Toco uma punheta para esquecer. (00:38) Lavo minhas vergonhas na pia do banheiro, deito na cama e durmo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Atualmente ando guardando muitos livros, expectativas e tesões na mochila...

tá quase explodindo a coitada.

Gostei de saber q Noll anda passando a mão em vc.

abs do Grillo

Heitor Nunes disse...

Sensacional!!!