quarta-feira, março 18, 2009

IMPULSOS

I

Bêbado, às três e pouca da manhã, encontro Arnaldo Antunes acompanhado por Gabriel O Pensador na Pizzaria Guanabara. Sem vergonha, peço um cigarro para Arnaldo. Obrigado. Digo: ‘A função da literatura é nutrir de impulsos’, segurando ‘Infância’ nas mãos. Essa frase, de Ezra Pound, Arnaldo Antunes cita no filme ‘Palavra Encantada’. Ele responde: “Cigarro? Ainda não assisti ao filme”. Assista, Arnaldo!

II

Pensei duas vezes antes de falar com você na Livraria. Fiquei sem graça com o encontro, depois de rejeitar flores e cartas. Seus olhos, me buscando entre livros, ainda me incomodam. Amizade. Hum?

III

Depois de alguns anos, descubro que a neurose não era à toa. Ironia. Suas viagens a São Paulo me rendiam chifres. Idiota. Estou aprendendo: ‘Amor é bobagem, ilusão’. Por quê?

6 comentários:

sueli aduan disse...

Gostei muito :"Impulsos", genial. curto ,forte ,irônico. PARABÉNS.

abs

Leandro Jardim disse...

gostei desse post, seu Ramon!

Anônimo disse...

Relaxa, Gato de Alice... quando quiser conversar...

Anônimo disse...

Oi Ramon,

te achei aqui.
Vamos trocar aqueles textos, afinal?
Muito bacana o "palavras de escritores" também, só o descobri agora, por acaso.
Dá notícia.

abração!
Dado

Paco Steinberg disse...

ai, esses chifres interestaduais...

doem via satélite...

quanto ao Arnaldo....

ah, pra quê falar do Arnaldo...

ah 2! Nunca mande flores para uma mulher. A menos que ela esteja morta. É a única situação em que ela não se sentirá superior com um reles punhado de mato colorido.

Priscila Andrade Cattoni disse...

Ramones querido,

Raramente as neuroses são à toa. Quando algo não está cheirando bem, é por que alguma coisa já apodreceu faz tempo.

Adorei o post.

Beijoca