sexta-feira, agosto 13, 2010

"(...) o livro, materialmente, na sua feição mais requintada ou mais generalizada presente - folhas de papel impresso, alçadas, coligadas e vestidas numa unidade normalmente portátil (mesmo que a duas mãos) -, esse livro pode desparecer: mas não desaparecerão, com sua fisicidade, as suas mensagens e seus códigos (...) O computador que equivale à soma de todos os livros será um servo daqueles dialetos - da linguagem oral, que sobretudo resultado dialético da linguagem escrita (...) O 'Livro' poderá, assim, para certos fins, apresentar-se sob outra técnica física. Mas enquanto perdurar o rigor da leitura a sós, o enlevo da leitura a sós, a emoção do manuseio sensual das páginas, enquanto isso perdurar, teremos os livros-livros, estes que estão aí tão incorporados a nossa maneira de sermos humanos"

Antônio Houassis, prefácio de A Construção do Livro, de Emanuel Araújo

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