sexta-feira, junho 24, 2011

BETHÂNIA GUERREIRA



Marcio Debellian e eu estamos organizando a publicação do livro "Maria Bethânia Guerreira Guerrilha", de Reynaldo Jardim, lançado em única edição em 1968. Vamos fazer uma edição fac-símile, com apresentação do professor Júlio Diniz e compilação de matérias e críticas da época. Salve Reynaldo Jardim e Maria Bethânia!



“Teatro Opinião. Rio de Janeiro. Bethânia no palco substituindo Nara Leão. Ninguém a conhecia. Chegara da Bahia trazida por Vianinha. Aquela quase menina, na arena do Opinião, parecia, pela potência dramática, postura corporal, força emotiva, uma deusa-mulher adulta mente deslumbrante e sedutora. Quando acabou de cantar Carcará, a plateia entrou em delírio. A baianinha tornara-se a musa de toda uma geração romântica, audaciosa e revolucionária. Em uma das apresentações, subi ao palco e li o início de um poema que escrevi em sua homenagem. Posteriormente desenvolvi o tema e nasceu o polifônico ‘Maria Bethânia, Guerreira Guerrilha’. Era véspera do AI 5. Com a publicação do livro, considerado justamente subversivo, fui processado. E deixei minha musa em uma posição muito delicada.Teve que prestar depoimento no DOPS. A edição foi apreendida, retirada das livrarias. Minha casa, invadida. Republico aqui o livro só para reverenciar essa que, sendo a melhor atriz da canção brasileira, é um padrão de soberba dignidade.”

Reynaldo Jardim


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